contundentes de mulheres como Marina Silva, Dilma Rousseff, Manuela
D’Ávila, Simone Tebet, Joice Hasselmann. Eu realmente não olho para o
partido. E você não vai encontrar uma manifestação minha dizendo assim:
discordo dela, mas está aqui a minha solidariedade. Quando se está
falando de violência, não importa se você concorda com ela ou não. O que
as pessoas querem é uma defesa irrestrita contra a violência e contra o
machismo. Esse silêncio dói pra caramba. Vejo duas coisas por trás disso.
A primeira é que nem todo mundo topa combater o machismo sem olhar
para o alvo e para o agressor, o que mostra como o machismo é
estrutural e como temos uma longa batalha pela frente. A segunda é o
medo. Muitas mulheres sentiram dor pelo que aconteceu, queriam se
posicionar, mas não tiveram coragem, não estavam dispostas a bancar a
onda de comentários que viriam contra elas, caso me defendessem. Uma
das coisas mais difíceis do meu mandato é me posicionar com firmeza,
independentemente das reações nas redes sociais. Eu vi ainda algumas
mulheres se posicionando contra os ataques, mas sempre ressaltando
que discordavam de mim, o que também é reflexo do medo de serem
questionadas por seus seguidores. Por mais que eu não aja assim,
consigo ter empatia em relação a esse medo.
O episódio mais recente envolve o ator José de Abreu, que é
declaradamente petista e reincide nas ofensas contra mulheres. A
esquerda é hipócrita ao ignorar esse tipo de comportamento?