A: Sim.
E: O que você propõe é muito seco, ou não? Tudo são objetos e não
existe esse laço de amor entre uma mãe e um filho.
A: Não sei o que seria o laço que pode existir entre duas
marionetes sonhadas.
E: Isso é forte, hein? Talvez eu não goste muito disso.
A: Bem...
E: E Nisargadatta, o que dizia a este respeito?
A: O que acabo de dizer, são as palavras de Nisargadatta. Porque
ele se perguntava: “Mas quem nasceu? Quem vai morrer? Um
corpo? Um objeto? Sou eu um corpo? Sou um objeto?”.
E: Não entendo. Você é mais que um corpo e que um objeto. O
personagem sim, é um corpo e um objeto, mas nós somos muito
mais que isso. Somos O Absoluto.
A: Tá! Tá! Somos muito mais que isso, mas não como “indivíduos”.
E: Você quer me dizer que, o que morreu de Dani, foi indivíduo.
Mas, então ele continua dentro da consciência do Absoluto.
A: Mas não há nenhum ele, exceto no sonho.
E: Bem! Retiremos o “ele”, mas a consciência dele, ou sua essência
está em algum lugar.
A: Mas a consciência não é “do ele”. Quem é esse “ele”?