E: Você passou parte de sua vida aí, e de repente soltou tudo.
Nada mais é assim?
A: Neste caso, o que eu tenha feito, não quer dizer que seja
condição sine qua non.
E: Na realidade teria mais mérito, porque, inclusive você até
percebeu que todo esse conhecimento não serve para a realização
da pessoa, nem para sua libertação, ou sua iluminação.
A: Sim, em um determinado momento, você tem que jogar tudo
isso fora.
E: Mas como chamam isso, liberação, iluminação?
A: Bem, ele têm dado muitos nomes...
E: Aos loucos lhes dirão: Este é um iluminado, não?
A: Sim, heh, heh... mas não tem nada a ver. Se bem que ambos
podem parecer loucos... mas não tem nada que ver. Para que um
se torne são, ou melhor, para a sanidade, primeiro terá que dar-se
conta da loucura. Uma vez que se dá conta da loucura, é quando
se volta são. Enquanto o mundo te parecer real, enquanto tudo te
pareça normal, jamais chegará à sanidade.
E: Mas você foi rejeitado, tratado como louco, como extravagante.
Você não se importou com isso?
A: Bem, bem. Neste caso foi assim, normalmente se critica o que
não se compreende.
E: Eu posso entender tudo isso porque estive presente. Também eu
tive mérito, porque a respeito de tudo o que me diziam de você, eu
me deixava arrastrar, muitas vezes, por essa mente lógica que