E: Mas eu não entendo isso, de verdade. Porque sou eu quem
decide fazer uma compra, limpar a casa, senão tudo vai
desmoronar.
A: Isso é o que diz o ego.
E: Mas se eu não pegar o a vassoura, quem pega? Então eu sou a
fazedora.
A: Não, não, você, em um dado momento, apenas te observa
pegando a vassoura.
E: Mas, é isso, isso é que eu não entendo.
A: É muito simples.
E: Mas como é possível que não façamos nada?
A: Você, um objeto, um instrumento, o que é que quer fazer?
E: Decidir as coisas.
A: Ah! Um instrumento, um objeto decidem?
E: Então, acusamos os políticos, acusamos os bandidos do filme de
fazerem coisas más e eles não estão fazendo nada?
A: Não, não existem nem maus e nem bons, simplesmente, as
coisas acontecem e cada um desempenha seu papel nesta obra de
teatro que chamamos vida.
E: Ainda esta manhã, eu lia nas notícias que, com isto do covid,
outra vez queriam fazer coisas para nos confinarem mais. E
acusavam a um personagem muito famoso, que era ele que estava
incitando todo o filme. E eu dizia a uma amiga, sem entender