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(Antfer) #1

FLÁVIO DINO - Os estados na COP26


Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: FLÁVIO DINO


É conhecida, no mundo inteiro, a hegemonia do
negacionismo ambiental na esfera federal brasileira. Por
tais motivos ideológicos, o governo do Brasil perdeu


capacidade de influenciar o debate sobre o aquecimento
global. Em consequência, atualmente, a maioria dos
esforços efetivos em nosso país, quanto à temática
ambiental, é realizada por governos regionais,
empresas e a sociedade civil. Na COP26, os estados
federados do Brasil apresentaram muitos projetos e
participaram de momentos importantes, marcando
posição em defesa da segurança climática do planeta.
O objetivo não é substituir o governo federal, mas sim
exercer suas competências específicas,
imprescindíveis. Não obstante, é óbvio o contraste
dessa nossa postura em comparação com a atuação
federal.

Com efeito, a questão ambiental tornou-se a principal
fonte da crise de imagem do Brasil no exterior. Números
de desmatamento ilegal e queimadas, nos anos
recentes, são recordes. Isso fragiliza o soft power da
nossa nação, gera um campo propício à fuga de
mercados para os nossos produtos e significa perda de
oportunidades para a nossa economia verde.
Infelizmente, é difícil acreditar no compromisso das
autoridades brasileiras com as ambições expressas na
COP26. Iniciativas sérias para enfrentar os efeitos das
mudanças climáticas exigem articulação multilateral de
alta complexidade. Os países definem objetivos comuns
em nível global e as instâncias nacionais trazem os
pontos acertados para o plano interno. No atual quadro
de degradação institucional do Brasil, não há sinais de
que tais procedimentos serão adotados com convicção,
dedicação e método.

Apesar disso, os governadores, empresários e as ONGs
buscam manter os compromissos do País. É nesse
sentido que se torna fundamental a regulação dos
mecanismos de REDD+ (Redução de Emissões por
Desmatamento e Degradação Florestal) e de PSA
(Pagamento por Serviços Ambientais), como fez o
Maranhão. Ao preservar florestas e investir em
atividades sustentáveis, os esforços podem e devem ser
recompensados financeiramente.
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