Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1

ARTIGO - Gastar melhor, não mais


Banco Central do Brasil

Revista Isto é/Nacional - Artigos
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Cristiano Noronha


A pandemia causada pelo coronavírus deixou sequelas
econômicas e sociais graves: aumentou a pobreza,
aumentou a desigualdade. E essa nova situação não é


exclusiva do Brasil. A Cepal (Comissão Econômica para
a América Latina e o Caribe), em relatório de março,
estimou que o total de pessoas pobres na América
Latina subiu para 209 milhões no final de 2020, ou seja,
22 milhões a mais do que no ano anterior. Desde então,
a importância do Estado de Bem-Estar tem sido
novamente debatida. No ano passado, o editorial do
Financial Times abordou o modelo universal constituído
no pós-Segunda Guerra como uma prevenção
necessária às dificuldades impostas pela pandemia,
entre as quais estão o despreparo dos sistemas de
saúde e o aprofundamento das desigualdades, do
desemprego e da pobreza.

A pandemia revelou 38 milhões de pessoas que
estavam à margem do emprego formal no Brasil, do
recebimento de benefícios sociais do governo. São,
conforme denominação dada pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes, os invisíveis. O auxílio
emergencial pago a essas pessoas terminou em
outubro. Neste momento, governo e Congresso
procuram uma saída para garantir uma renda extra a
cerca de 22 milhões de pessoas. A saída não é simples,
considerando nossa realidade fiscal. Fala-se em um
“pacto” para “gastar um pouco mais” pelos próximos
anos como forma de atender a esse enorme
contingente.

O pacto deveria ser por gastar melhor, e não mais. Um
estudo do Instituto Millenium (2020) revelou que o Brasil
gastou 13,7% do PIB em 2019 — cerca de R$ 930
bilhões — com servidores federais, estaduais e
municipais. O gasto do País com servidores equivale ao
dobro das despesas com educação e 3,5 vezes as
despesas com saúde (3,9% do PIB). De acordo com
levantamento pela Americas Society/Council of the
Americas e pela Control Risks, o Brasil caiu para 6º no
Índice de Capacidade de Combate à Corrupção.

Em um ranking dos 30 países do mundo que têm a
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