Banco Central do Brasil
O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
Thursday, November 25, 2021
Banco Central - Perfil 1 - FMI
se propõe não é nenhuma maluquice. Concordo que o
Brasil enfrenta riscos. Todos sabemos que a dívida
pública é alta. Mas acredito que o pessimismo tem ido
longe demais.
Areação dos mercados, então, é exagerada?
Tem sido um pouco além da conta. Os mercados estão
reagindo como durante a discussão sobre o Orçamento
(de 2021, votado em março deste ano no Congresso). E
tudo acontece em um contexto político complicado. Há
um Congresso fragmentado. Há negociações de
bastidores. Isso gera incertezas, e os mercados ficam
receosos. Eles focam na questão se as despesas vão
ficar acima ou abaixo do teto. E se esquecem de que
elas continuam caindo, em valores absolutos e relativos,
e que a arrecadação subiu.
Qual é a sua projeção para a dívida pública,
considerando a mudança no teto? A nova regra fiscal
(aprovada na Câmara) cria uma folga para as despesas
de aproximadamente 0, 5%do PIB, o que é
considerável, mas não é um valor muito alto. Do ponto
de vista do resultado primário, se a regra for alterada,
nós vemos o déficit primário caindo mais ou menos para
1% do PIB nos próximos anos, o que também não é
ruim. A maior limitação que o Brasil enfrenta é o legado
de muitos anos de gastos elevados. A dívida é alta. Os
juros pagos sobre essa dívida são muito altos. É uma
espécie de ressaca do passado.
Sergi Lanau, do IIF: 'O País ainda vai manter boa parte
da regra'
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