JAGUAR I-PACE
Até aqui, modelos puramente elétricos eram relegados a
segundo carro. Seja pelo espaço interno ou pela autonomia,
limitavam-se a ser aqueles que você usa só no roteiro casa-
trabalho-faculdade-casa. E, claro, que esse cotidiano não
passe de um raio de, no máximo, 50 km. Pois o I-Pace
subverte essa lógica com seus 480 km de alcance e porta-
malas de 656 litros. Enfim, um carro familiar elétrico.
Baseada em plataforma própria, sua carroceria é quase
inteira de alumínio. Acomodada no assoalho, a bateria
de íon-lítio é composta por 36 módulos e 430 células, que
abastecem dois motores de 200 cv e 35,5 kgfm de torque
cada, um no eixo dianteiro e outro, no traseiro.
Moderando o pé direito na cidade, o I-Pace tem o flanar típico
dos elétricos: é suave e silencioso. Na estrada ele dispara, e é
onde você experimenta o sistema regenerativo, que desacelera
o veículo quando o acelerador é aliviado. É estranho no começo,
mas você se acostuma. E se não gostar, dá para modular a
intensidade da desaceleração ou até mesmo desligar o recurso.
O modelo acaba de desembarcar no Brasil com garantia de
cinco anos e três primeiras revisões por conta da Jaguar. Segundo
a fabricante, uma hora de carga em tomada comum aterrada
de 220V equivale a 11 km de autonomia; num carregador de 7
kW, é preciso de 13 horas para recarga completa.
LEXUS NX 300H
Criada em 1989 pela Toyota (e no Brasil desde 2012), a
Lexus nasceu com foco no mercado de luxo americano.
Hoje, mira principalmente em Audi, BMW e Mercedes-
Benz. Quem conhece as quatro marcas sabe que a
textura dos interiores é bem distinta no modelo japonês,
mas a percepção de luxo está no mesmo patamar.
O desenho um tanto extravagante do NX 300h chama
a atenção nas ruas, e os ocupantes se protegem dos
olhares admiradores e curiosos graças ao isolamento
acústico impecável. Dentro do SUV, o mundo lá fora quase
desliga. A posição de guiar é ótima e os comandos estão
à mão. Só a central multimídia, operada por uma espécie
de mouse digital, que requer um tempo de prática.
Mas o NX 300h frustra no quesito mobilidade elétrica.
Pouco se aproveita do sistema híbrido, composto por
um 2,5 a gasolina e dois elétricos, que juntos somam
194 cv. É preciso quase um alinhamento de planetas
para sentir apenas os elétricos girando as rodas. Basta
um pouco mais de pressão no acelerador e pronto,
eles pedem arrego para o propulsor convencional. O
complexo sistema não dá desempenho empolgante ao
SUV, tampouco economia, já que tanta parafernália
elevou o peso do SUV aos 1.850 kg. Em resumo: é um
ótimo carro de luxo, mas enquanto híbrido...
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