Ana Maria Domingues de Oliveira
Docente aposentada do Depto. de Literatura
Unesp –Assis
Artigo de Ana M D Oliveira
CecíliaMeirelesnasceunoRiode
Janeiro,em 7 denovembrode 1901.
Completaria, portanto, 120 anos em
2021.
Oinício desuavidafoi marcado
por muitas perdas: seu pai, Carlos
Alberto,morreutrêsmeses antesdo
nascimentodaescritora. Afamíliajá
assistira ao nascimento e morte de
trêsfilhos,aindanaprimeirainfância.
QuandoCecília nasceu, portanto,
seunúcleofamiliarerarestritoàmãe,
Matilde,eàavó,Jacinta.Haviaaindaa
babá,Pedrina,queviria amorrerna
alturaemqueCecíliaeraadolescente.
Já que, três anos depois do
nascimento de Cecília, sua mãe
tambémmorreu,quemdefatocuidou
dameninaatéaidadeadultafoiaavó
Jacinta.
Como disse a escritora, mais
tarde, em entrevista à revista
Manchete: “Essas e outras mortes
ocorridas na família acarretaram
muitoscontratemposmateriais, mas,
ao mesmo tempo, me deram, desde
pequenina,umatalintimidadecoma
Morte que docemente aprendi essas
relaçõesentreo Efêmeroeo Eterno
que, para outros, constituem
aprendizagem dolorosae, porvezes,
cheiadeviolência.”
Era, portanto, uma família
constituída de mulheres, por muito
tempo, até que Cecília se casou, aos
21 anos, com o artista plástico
português radicado no Brasil,
Fernando Correia Dias. Ela já tinha
publicado,poucoantes,seuprimeiro
livrodepoemas,Espectros.
Elestiveram 3 filhas,MariaElvira,
Maria Mathilde e Maria Fernanda,
todas nascidas ainda nos anos 20 ,
década em que Cecília seguiu
publicandolivros. ComCorreia Dias,
Cecília funda e dirige a primeira
biblioteca brasileira dirigida ao
público infantil, no antigo Pavilhão
Mourisco, em Botafogo, no Rio de
Janeiro.Abibliotecafoifechadaem