VOO LIVRE REVISTA LITERÁRIA - DEZEMBRO 2021

(MARINA MARINO) #1

MATA BRANCA


por Daniella Peneluppi

Hidrata Rio
povo originário do sertão
Deságua na secura
fartura de sua vastidão

Chico
companheiro
rio que nutre
campos arados

Quantas gotas
a caatinga coletou
para hidratar
o semiárido?

Entre argila e areia
terra trincada se mostra capaz
de brotar raízes profundas
mesmo onde o homem não vai

Lugar onde cabra
pasta sinergia a sustentar
Bicho/Homem, "sua sina",
para de sua lida ganhar

Num rompante da natureza
água beija o rústico do sertão
Veias se inundam profundas
Fartura em ribeirão

Logo mais chuva parte
O povo começa a arar
Pássaros voam felizes
Vida se põe a brotar

E Em Carrasca/Arbustiva
Arbórea/Mata Seca
O mistério da Caatinga
surge do meio da casca seca

A Mata Branca se refaz
Se colore, tem cheiro e sabor
Aromatiza o canto e a dança
De quem já não mais se lembra da dor

A Poesia de Daniella Peneluppi
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