CAPÍTULO 02 RAIO-X DA ÁGUA
A
região hidrográfica conta com área equivalente a
4,3% do território nacional, compreendendo parte
dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Está dividida em duas unidades: Pantanal e Planalto
Paraguai. Entre os principais cursos d’água, destacam-
se o Paraguai, Taquari, São Lourenço, Cuiabá, Itiquira,
Miranda, Aquidauana, Negro, Apa e Jauru.
A população total é de 2,1 milhões de habitantes e se
caracteriza por ter taxa média de urbanização de 87%.
A densidade demográfica é 3,5 vezes menor do que a
média brasileira.
Maior área úmida contínua do planeta, o Pantanal
matogrossense (cuja 90% da extensão está no Brasil)
caracteriza-se por ser uma planície inundável. As
chuvas regulares e mais abundantes no planalto levam
a inundações e as cheias naturais têm periodicidade
anual. O Pantanal funciona como um grande reservatório
que retém a maior parte da água oriunda do planalto e
regulariza a vazão do rio Paraguai em até cinco meses.
A agropecuária é a principal atividade econômica da
região, sendo a pecuária extensiva a base da ocupação
humana e a principal fonte de recursos. O potencial
hidrelétrico aproveitado corresponde a 1,3% do total
instalado no país. A região já possui mais da metade de seu
potencial hidrelétrico aproveitado (usinas em operação).
Os impactos negativos do represamento dos rios,
sobretudo no Pantanal, envolvem alterações no padrão de
inundações que ocorrem naturalmente, o que pode levar,
por exemplo, à redução das populações de peixes e da
produção pesqueira. A implantação das hidrelétricas em
cascata no mesmo curso d’água tende a agravar a situação.
Um dos maiores eixos de integração da América do Sul é
delineado pela Hidrovia Paraná-Paraguai, que passa por
Brasil, Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai, na área de
influência da chamada bacia Platina (ou do Rio da Prata).
A Hidrovia do Rio Paraguai liga o município de Cáceres,
em Mato Grosso, a Nueva Palmira, no Uruguai. O trecho
possui extensão de 3.442 quilômetros e conecta o Centro-
-Oeste do Brasil ao Oceano Atlântico.
A erosão e o assoreamento dos rios são duas
preocupações na região, bem como a poluição hídrica
ocasionada pelo lançamento de agrotóxicos e fertilizantes
em algumas culturas agrícolas.
O maior problema de poluição hídrica deve-se ao
lançamento de esgotos domésticos nos cursos d’água.
Na cidade de Cuiabá, a título de exemplo, o lançamento
de efluentes domésticos piora ainda mais a qualidade
da água dos rios da região. Na região metropolitana,
somente 39% do esgoto doméstico é coletado e não há
nenhum tratamento.
7 PARAGUAI
Anoitecer no
Pantanal brasileiro
n Shutterstock