coração até obesidade, está no consumo de determinado grupo alimentar – no
caso dos Kellogg, nos carboidratos. E a base de todas as dietas que foram
inventadas depois disso continua sendo a mesma: tirar um tipo de comida do
cardápio – por exemplo, a gordura –, e aumentar outro, como os grãos integrais.
Mas não há até hoje nenhuma comprovação científica de que exista outro
motivo qualquer para alguém engordar ou emagrecer que não seja o previsto na
primeira lei da termodinâmica: colocando para dentro do corpo mais energia do
que gasta, você engorda; colocando menos, emagrece. Só que, quando as
pessoas ganham muitos quilos ou ficam doentes, é natural que elas queiram
achar outro culpado: a gordura, a proteína ou o carboidrato. Vamos a eles.
OS GRUPOS ALIMENTARES
Carboidrato é tudo aquilo que tem açúcares, como as frutas e alguns legumes, ou
amido, como arroz, batata, macarrão, pão, bolacha – nos vegetais, o amido é a
reserva de energia que as plantas conseguem armazenar. Ambos são quebrados
em moléculas menores dentro do corpo até virarem glicose no sangue. Aí quem
entra em ação é a insulina. Ela retira a glicose do sangue e leva para as células,
onde esse açúcar (glicose é um tipo de açúcar) fica estocado na forma de
gordura.
Quando você come um brigadeiro, entra tanta glicose de uma vez que a
produção de insulina vai logo para o pico. A insulina faz a faxina rápido: o que
era glicose vira energia para o corpo, e o excedente, gordura. Nisso, 400 calorias
de brigadeiro se transformam num grande vazio interno. Aí o cérebro entra em
cena. Ele detecta que o nível de glicose no seu sangue está baixo e solta um
comando para deixar você com fome. Ou seja: doces como o brigadeiro são
aquilo que os nutricionistas chamam de carboidrato de rápida absorção, que é
assimilado velozmente pelo organismo (e transformado em reserva de gordura).
Na outra ponta estão os carboidratos de lenta absorção. Se você consumir 400
calorias de feijão, por exemplo, o corpo vai levar quase três vezes mais tempo
entre quebrar a glicose dele e mandar esse açúcar para dentro das células. Essa
demora prolonga a sensação de saciedade, segurando a fome. Na prática, então,
400 calorias de feijão saciam por três vezes mais tempo do que 400 calorias de
brigadeiro.
Existe um medidor da velocidade com que o carboidrato é transformado em
glicose no sangue. É o Índice Glicêmico (IG). O parâmetro para definir o IG é a
glicose pura, considerada como equivalente a 100. Os alimentos com IG maior