ganhando corpo no Congresso, com audiências públicas marcadas para
meados de janeiro.
A resposta à invasão teve início ainda naquele dia 6 de janeiro de 2021,
quando o vice-presidente Mike Pence, que presidia a sessão do Colégio
Eleitoral para validar o resultado da eleição nos estados, recusou-se a
seguir os pedidos de Trump para invalidar o processo. A despeito das
quatro horas de balbúrdia, em que morreram cinco pessoas, a sessão foi
retomada na madrugada do dia 7. “Para aqueles que causaram danos em
nosso Capitólio, eu digo: vocês não ganharam”, disse Pence.
Já nos dias seguintes, o Departamento de Justiça e a polícia federal
americana, o FBI, iniciaram um esforço gigantesco para enquadrar os
criminosos. Mais de 725 pessoas foram detidas nos 50 estados
americanos e no Distrito de Columbia por conexão com o episódio. A
título de comparação, nos onze meses que se seguiram aos atentados
terroristas de 11 de setembro de 2001, foram detidos 762 estrangeiros
sob suspeita de vínculo com o ato. Mas, se daquela vez muitas pessoas
foram presas sem evidências, as detenções de agora foram amparadas
por provas diversas, como registros de placas de carros que circularam
por Washington, 14 mil horas de filmagens dentro do Capitólio feitas
pelas câmeras de segurança e pelos dispositivos presos aos uniformes
dos policiais, dados de geolocalização de celulares, mensagens, fotos e
vídeos publicados nas redes sociais.
Já no dia 8, o brasileiro Eliel Rosa, de 53 anos, apresentou-se ao FBI e
admitiu que ele e uma amiga, a florista Jenny Louise Cudd, estavam entre
os invasores. Um agente tinha assistido a um vídeo nas redes sociais
de Jenny, em que ela dizia ter entrado no Capitólio após ver uma porta
aberta. Como ela também declarou na internet ser do Texas, bastou ao
agente federal consultar sua carteira de motorista para localizar a dupla.