REVISTA VOO LIVRE JANEIRO Nº 18

(MARINA MARINO) #1

Poesia por Marta Cortezão


descobrimento da verdade interior
dascoisas;umcicloperipatético, em
contínuo movimento, em busca do
enigma que sempre tem como
resposta novo enigma, pois a
literaturanoslevasempreaomesmo
fim:aosparadoxos,àsperplexidades,
às epifanias. A falsa impressão da
descoberta dealgo pela essência do
verbo, transforma nossa essênciade
vidaenossaexistência,enovamente
voltamos à chama permanente da
vida: as verdades e seu estado
imanente efugaz.Esobreesta coisa,
este‘it’inalcançável,ClariceLispector,
emÁguaViva,nosrevela:


“X” é o sopro doit? é a sua irradiante respiração fria?“X” é

palavra? a palavra apenas se refere a uma coisa e esta é

sempreinalcançável pormim.Cadaum denósé umsímbolo

quelida comsímbolos –tudo pontodeapenas referênciaao

real. Procuramos desesperadamente encontrar uma

identidade própria e a identidade do real. E se nos

entendemos através do símbolo é porque temos os mesmos

símbolos e a mesma experiência da coisa em si: mas a

realidadenãotemsinônimos.”(p. 36 )
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