Exame - Portugal - Edição 452 (2021-12)

(Maropa) #1
DEZEMBRO 2021. EXAME. 11

Sustentabilidade e Economia
A intervenção inicial da conferência esteve a cargo de Inês Santos Costa. A Secretária
de Estado do Ambiente refletiu sobre como poderemos garantir a sustentabilidade na
economia. Já no painel GirlTalk, que contou com a participação da empreendedora social
Conceição Zagalo e da economista Susana Peralta, analisou-se o Plano de Recuperação
e Resiliência e os caminhos para a recuperação pós-pandémica

dos e independentes de econo-
mia, sociedade e ambiente”, e
garantiu que há financiamento
disponível para se fazer a transi-
ção rumo a uma sociedade des-
carbonizada.
O tema foi retomado ao lon-
go dos vários painéis da confe-
rência, e a principal conclusão
foi sempre a de que quem não
embarcar neste caminho de-
pressa ficará para trás. “Ou es-
tamos ligados a isso ou vemos
o comboio passar”, avisou Luís
Castro e Almeida. O CEO do
BBVA Portugal considerou mes-
mo que “a sustentabilidade é o
negócio do século, quer para os
bancos quer para as empresas”.
Já João Meneses comparou esta
transição rumo à sustentabili-
dade com a do digital, que acon-
teceu há duas décadas. Quem
ficar de fora terá custos eleva-
dos e poderá ver a própria so-
brevivência ameaçada. O secre-
tário-geral do Business Council
for Sustainable Development
Portugal (BCSD) recordou que

Com o apoio

GERIR EM PORTUGUÊS:


UMA QUESTÃO


DE AMBIÇÃO


No painel Gerir em Português, em que gestores
estrangeiros contam como tem sido a sua
experiência em Portugal, a principal conclusão foi de
que o País tem potencial mas precisa de melhorar
em alguns aspetos. Steven Braekeveldt, CEO do
grupo Ageas Portugal, que já viveu em países na Ásia
e na América do Sul, não tem dúvidas em afirmar
que “Portugal é o país mais fácil na adaptação e
para se viver, muito por causa das pessoas”. Mas
este ponto forte pode ser também um calcanhar
de Aquiles: “Os portugueses são as pessoas mais
simpáticas na Europa, mas são também as mais
simpáticas a fazer negócios e isso é prejudicial.” Já o
presidente da Câmara do Comércio e Indústria Luso-
Alemã, Markus Kemper, disse observar ainda alguma
“insegurança dos empresários portugueses”, que
têm receio de internacionalizar. Considerou que esta
aversão ao risco é uma “questão cultural” e que “há
muitas coisas a fazer”. Será uma questão de falta de
autoestima e de ambição? Roberta Medina notou
que pode ser esse o caso, apesar de ressalvar o
perigo de se generalizar. Mas a vice-presidente do
Rock in Rio afirmou que começa a ver uma “grande
mudança nas gerações mais jovens, que têm muito
mais confiança e são mais positivas”.

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