DIA 5
Revista NeuroarqDay Edição 2021
NOSSA RESPONSABILIDADE
Arquitetos e a responsabilidade nos
projetos que atravessam gerações
Multidisciplinaridade e propósito devem ser considerados para se
criar ambientes saudáveis e que promovam qualidade de vida
Até que ponto o arquiteto é responsá-
vel pelo ambiente que projeta? Até onde
vai a responsabilidade pelos efeitos, sen-
sações e sentimentos que um ambien-
te pode gerar numa pessoa? O projeto
realizado vai alcançar outras gerações?
Como levar isso em consideração ao
desenvolver projetos de um ambiente?
Como entender a responsabilidade do
projetista, arquiteto ou design?
Ao analisar os primeiros registros
que se referem à arquitetura, é possível
encontrar conceitos muito amplos que
envolvem não só os conhecimentos re-
lacionados aos ambientes físicos, mas
também a uma inclusão de conteúdos
sobre geometria, matemática, medicina,
filosofia, entre outros conceitos.
A multidisciplinaridade já estava pre-
sente desde sempre no universo de ar-
quitetos e designers. Mas com o passar
do tempo, a partir de períodos de “mu-
danças de rotas” da humanidade, muita
coisa na profissão do projetista mudou e
segue transformando-se. Mas a boa no-
tícia é que o momento de transformação
é agora, e os ambientes passam a assumir
um papel fundamental na vida de muitos
que hoje se encontram confinados em
ambientes construídos.
Para pensar nesse conceito, pode-se
refletir no quanto os lares foram redes-
A multidisci-
plinaridade já
estava presente
desde sempre
no universo de
arquitetos e
designers. Mas
com o passar do
tempo, a partir
de períodos
de “mudanças
de rotas” da
humanidade,
muita coisa na
profissão do
projetista mudou
e segue se
transformando
- os ambientes
passam a
assumir um papel
fundamental na
vida de muitos.
cobertos e transformados durante a pan-
demia, quantas pessoas optam cada vez
mais por viver em lugares mais tranqui-
los, bem como de que maneira os usuá-
rios estão se dando conta de sair do “pi-
loto automático” e da rotina diária que
tira o foco do que realmente é impor-
tante, e, por fim, descobrindo o poder do
propósito estar presente nos ambientes
que frequenta.
O mundo mudou, as pessoas muda-
ram e a forma como projetamos os es-
paços também precisa mudar. Sim, os
profissionais são responsáveis pelo que
projetam! E ao ampliar o horizonte e
compreender os ambientes, deve-se ter
em mente a necessidade de focar nas
pessoas e aprofundar o conhecimento
sobre quem frequentará esses ambientes,
pois vai perdurar gerações.
E fica aqui uma provocação: pode-
mos projetar ambientes que auxiliem na
evolução da humanidade e promovam
sentimentos memoráveis que impacte
gerações?
Em busca de uma
arquitetura mais humana
A renomada especialista Sara Gol-
dhagen, que é autora e crítica da arquite-
tura, escreveu o famoso livro “Welcome
to your World: How he Built Environ-
ment Shapes our Lives”, estabelecendo