com todos vocês. Tu estás a perder peso, o pai está deprimido, a mãe morreu e Annie está
cega. Além disso, vamos mudar de casa. Já não aguento mais.
— Também queres que te marque uma massagem? — ofereceu-se Candy, fazendo um
esforço para facilitar as coisas e fazer as pazes com a irmã.
Contudo, os treze anos que as separavam e a diferença de personalidades entre as duas
irmãs transformavam-se numa disputa, em especial àquela hora da manhã e com muito
poucas horas de sono. Sabrina sentiu-se como se estivesse num carrossel a uma
velocidade vertiginosa e estava prestes a mergulhar num profundo esquecimento,
despedaçada em milhões de pedacinhos. Toda aquela situação era mais do que conseguia
suportar, mas, apesar disso, era obrigada a fazê-lo. Não tinha outro remédio. Era preciso.
Tinha que ser forte. E Candy não era capaz — não passava de um bebé. E o mesmo
acontecia neste momento com o pai. E agora Annie também se comportava como um
bebé, apesar dos seus esforços, mas era por um motivo de força maior. Todos eles eram
bebés e, de repente, ela tornara-se A Mãe. E nunca quisera essa tarefa.
— Prefiro ficar a organizar a casa — respondeu Sabrina com sinceridade.
Não estava habituada a ser mimada, nem mesmo a mimar-se a si mesma. Para Candy, isso
fazia parte do seu trabalho e fora assim nos últimos quatro anos.
— Prefiro ter a casa pronta para vocês as duas, para que possamos mudar-nos para lá e
morarmos a partir de amanhã.
— Achas que o pai vai ficar bem sem nós? — perguntou Candy, parecendo preocupada.
— Vai ter de ficar. Não tem outra escolha. Há outras pessoas que sobrevivem muito bem
sozinhas. Ele não pode vir viver connosco.
Isso então seria demasiado para Sabrina suportar.
— Tu e a Annie podem ir ficar a casa do pai de vez em quando até ao fim do mês. Tu só
voltas ao trabalho em Setembro e Annie também começa as aulas nessa altura. Podem ir
e vir. Eu tenho de trabalhar. No entanto, o pai vai ficar sozinho a partir de Setembro. Em
breve vai ter de acostumar-se e bem depressa.
Candy assentiu com um aceno de cabeça. Ambas sabiam que isso era verdade.
Chegaram à casa da Rua Oitenta e Quatro Este faltavam cinco minutos para as oito da
manhã, depois de fazerem à uma paragem no Starbucks. Sabrina sentiu-se melhor depois
de beber um cappuccino, ficou mais reconfortada e confiante e o mesmo aconteceu com
Chris. Candy tomou um café puro gelado, que deveria deixar-lhe os nervos em franja
durante uma semana, mas ela afirmava que adorava. Chegava a beber quatro por dia
quando estava a trabalhar na cidade. Não era de admirar que não comesse nada. Estava o
tempo todo com uma pedrada de cafeína e também fumava, o que também lhe tirava o
apetite.
O camião da mudança já lá estava quando chegaram e deram início aos trabalhos logo em
seguida. Por volta da uma da tarde já haviam descarregado o camião e passaram o resto
da tarde a desempacotar as caixas e os caixotes. Perto das seis da tarde, havia coisas por
todo o lado, pratos, livros, quadros, roupas. A casa estava um autêntico caos e Sabrina
estava a tentar arrumar as suas coisas onde queria que ficassem, com a ajuda de Chris.
Candy havia saído duas horas antes para a sua massagem, a manicura e a pedicura, e
avisou que estaria de volta por volta das sete horas. Sabrina telefonou ao pai e disse-lhe
que iriam passar a noite na cidade, na casa nova, para tratarem de arrumar a confusão. O
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1