ela, o que eles tinham no momento era suficiente. Mais do que isso seria demasiado.
Ficaram todas deprimidas quando souberam do que sucedera, mas ninguém ficou mais
arrasado do que Sabrina. Amava Chris, realmente, mas não queria casar-se e não se podia
obrigar ninguém a isso, nem mesmo com um anel maravilhoso e com um óptimo rapaz.
Entre o rompimento de Sabrina com Chris e a fúria das quatro com o casamento do pai,
Janeiro foi um mês sombrio na casa da Rua Oitenta e Quatro Este. Chris não voltou a
telefonar, nem a aparecer e Sabrina também não lhe telefonou nem o procurou. Não
adiantava nada. Não tinha nada para lhe dizer. Além disso, Chris ainda estava muito
irritado para lhe telefonar. Ficou arrasado com a recusa de Sabrina ao seu pedido de
casamento. E não pretendia retomar a mesma relação que mantinham há quatro anos.
Queria mais. Ela não queria. E, de repente, não havia mais nada para dizer, mais nenhum
lugar para ir e tudo acabara.
Todas elas andaram de mau humor durante as primeiras semanas de Janeiro e depois, aos
poucos, as coisas começaram a entrar nos eixos, de novo. Annie foi jantar com Brad por
várias vezes. Sempre se divertiam bastante juntos. Brad conseguiu convencê-la a
frequentar as aulas de escultura e, na verdade, Annie estava a gostar bastante. E mesmo
sem conseguir ver o que estava a fazer, o seu trabalho revelou-se surpreendentemente
bom. Brad falou-lhe de uma série de palestras que estava a tentar organizar, centradas em
temas culturais, teatro, música e arte. Perguntou-lhe se ela não estaria interessada em dar
uma palestra sobre a Galeria Uffizi e Annie mostrou-se entusiasmada com o assunto.
Dactilografou a palestra inteira em braille. Deu a sua primeira palestra no fim do mês de
Janeiro e foi um tremendo sucesso.
Candy partiu para Paris na terceira semana de Janeiro, para participar em desfiles de
alta-costura. Iria ser a noiva de Karl Lagerfeld, para a casa Chanel. Pagaram-lhe uma
quantia astronómica para ser modelo exclusiva deles e Candy divertiu-se imenso no Ritz
de Paris. E depois conheceu um homem no avião que regressava de Paris. Trabalhava
como assistente de fotografia, como parte de um programa da sua licenciatura que estava
a tirar na Universidade de Brown. O rapaz tinha vinte e quatro anos e passaram a viagem
toda de Paris até Nova Iorque a rir. O nome dele era Paul Smith. Iria acabar o curso
superior em fotografia em Junho. Estava a planear abrir o seu próprio estúdio de
fotografia depois disso. Disse-lhe que já trabalhara numa sessão fotográfica com ela em
Roma há dois anos, mas nessa altura não passava de um estagiário solitário e os dois
nunca chegaram a conhecer-se. Candy contou-lhe sobre Annie e sobre a morte da mãe em
Julho e depois disse-lhe que o pai ia casar-se dentro de duas semanas com uma rapariga
de trinta e três anos.
— Uau, isso é duro — disse Paul, com um olhar compassivo.
Os seus pais divorciaram-se quando ele tinha dez anos e ambos voltaram a casar. Mas
afirmou que o padrasto e a madrasta eram porreiros.
— O que achas dessa situação? — perguntou-lhe Paul sobre o novo casamento do pai.
— Na verdade, para ser sincera, acho uma merda — respondeu Candy com franqueza.
—Já a conheces? — perguntou-lhe ele, interessado.
— Nem por isso, já não a vejo desde criança. As minhas irmãs sempre lhe chamaram "a
pega". Ela tentou roubar o namorado da minha irmã quando tinha quinze anos.
— Talvez devesses dar-lhe uma oportunidade — declarou Paul com prudência.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1