Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

romance com Chris chegar ao fim. Ele era um homem tão bom e fizera muito bem a
Sabrina durante muito tempo. Era uma pena que a irmã tivesse uma tal aversão ao
casamento. Se alguma vez ela se mostrasse inclinada a casar, Chris seria o homem certo.
Mas ao que parece ela não era capaz disso. Parecia que Sabrina preferia perdê-lo a ter que
casar com ele.
— Como te sentes? — perguntou Tammy a Sabrina com carinho e a irmã mais velha
encolheu os ombros.
Estava pálida e parecia cansada e abatida, com olheiras profundas e escuras sob os olhos.
O rompimento não constituíra uma libertação, como acontecia em alguns casos. Fora uma
perda importante e dolorosa e continuava a sê-lo. Já há um mês que Sabrina andava a
chorar por Chris.
— Não estou lá grande coisa — respondeu Sabrina e voltou-se na cama, olhando para o
tecto. — Talvez o pai tenha razão. Talvez seja preciso correr riscos na vida e enfrentar
tudo o que esta tem para nos dar. Mas eu não consigo ver-me casada com ninguém,
nunca na vida. Nem me imagino a ter filhos. É uma enorme responsabilidade e uma
perspectiva demasiado assustadora.
— Tu cuidas de todas nós — lembrou-lhe Tammy. — És uma espécie de mãe para nós as
três, em especial para Annie e para Candy. Qual é a diferença se são as tuas irmãs ou os
teus filhos?
— Sempre posso mandar-vos a todas dar uma curva quando me apetecer — respondeu
Sabrina com um sorriso melancólico. — Não podemos fazer isso com os nossos filhos. E se
fizermos asneira, damos cabo da vida deles para sempre. Vejo isso a toda a hora lá no
emprego.
— Deverias ter sido promotora de festas de casamento e não advogada de divórcios. Teria
sido melhor para o teu futuro.
Sabrina sorriu para a irmã em resposta.
— Pois é. Talvez tivesse sido melhor. Chris deve odiar-me com todas as suas forças. Foi tão
amoroso quando me ofereceu o anel naquela noite, mas eu não consegui aceitar. Nem
mesmo por ele. E Deus sabe como eu amo aquele homem. Não me importaria de viver
com ele daqui a uns tempos. Só não quero papelada. É uma enorme complicação para
desfazer tudo, se for preciso. Desta maneira, se quisermos ir embora e dizermos adeus,
não é preciso mais nada. Não é necessária uma serra eléctrica para separarmos as nossas
vidas.
— E és tu essa serra eléctrica? — perguntou-lhe Tammy.
— É o meu trabalho — confirmou Sabrina e era assim que ela via as coisas. — Eu
espremo-os até à medula, tirando-lhes tudo o que têm: o coração, a cabeça, a carteira e
os filhos. Basta serrar os sacaninhas ao meio e entregar metade a cada um dos pais, sem
tirar nem pôr. Cristo, quem é que quer passar por tal coisa alguma vez na vida?
— Muitas pessoas passam — respondeu Tammy que não estava assim tão preocupada
com o assunto como Sabrina, mas não deixava de se inquietar também com isso. — Mas
agora me lembro. Não quis dizer nada ao pai, mas espero bem que ele faça um acordo
pré-nupcial.
— O pai não pode ser assim tão estúpido — declarou Sabrina, sentando-se finalmente na
cama.

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