Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

escadas, calçou as botas, tirou um casaco do armário e encaminhou-se na direcção do
apartamento de Chris debaixo de neve. Sabrina tocou o intercomunicador lá em baixo e
ouviu a voz dele pela primeira vez em quase dois meses. Só de ouvir a voz dele era como
receber o oxigénio que lhe faltara nas últimas seis semanas.
— Quem é?
— Sou eu. Posso subir?
Verificou-se uma longa pausa e depois ouviu-se o zumbido do trinco a abrir a porta.
Sabrina empurrou-a e subiu as escadas até ao apartamento de Chris. Ele estava na
ombreira da porta, de testa franzida, vestido com uma camisola, uns jeans e os pés
descalços. Os olhos de ambos encontraram-se por um longo momento quando Sabrina
olhou para ele e se encaminhou devagar na sua direcção. Chris afastou-se para o lado para
lhe dar passagem. Quando Sabrina entrou no apartamento e olhou em volta, nada
mudara e ele também não. Continuava a ser o homem que amava, mas com quem não se
sentia capaz de casar.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Chris, olhando para ela com uma expressão
preocupada.
Sabrina estava um caco, em desalinho e não parecia nada bem.
— Estás bem?
Sabrina voltou-se para encará-lo com um ar triste.
— Não, não estou. E tu estás?
Chris encolheu os ombros em resposta. Foram umas seis semanas péssimas e cheias de
tristeza.
— Queres beber alguma coisa? — ofereceu Chris e Sabrina abanou negativamente a
cabeça.
Sabrina continuava cheia de frio e sentou-se no sofá com o casaco vestido.
— Porque vieste aqui?
Sabrina não lhe recordou que era o Dia dos Namorados. Seria descabido, pelo menos para
eles, mas não para as irmãs, que haviam saído com os homens das suas vidas, ainda que
os tivessem conhecido muito recentemente.
— Não sei porque vim aqui — respondeu Sabrina com sinceridade. — Tinha de vir. Tudo
tem sido tão horrível sem ti. Não sei o que se passa comigo, Chris. Morro de medo do
casamento. Não é nada contigo. É comigo. E aí está o meu pai a casar com uma galdéria
qualquer, cinco minutos depois da minha mãe ter morrido. Por que razão ele não sente
medo? Deveria sentir. Por outro lado, eu tenho medo. Odeio o que o casamento faz às
pessoas depois de terminar e das coisas correrem mal.
— Nem sempre as coisas correm mal — respondeu Chris com um tom de voz carinhoso,
ao mesmo tempo que se sentava, em frente de Sabrina, numa grande poltrona de couro
que ele adorava.
Costumava sentar-se nela durante horas a fio com a cadela.
— Por vezes resultam.
— Isso não acontece muitas vezes. E acho que só sucede às pessoas que nunca vejo.
Temos mesmo que casar? Não podemos fazer outra coisa qualquer?
— Já o fizemos. Não quero correr no mesmo sítio sem sair do lugar para sempre, Sabrina.
Quero mais da vida do que apenas isso. E tu também deverias querer. Tenho estado para

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