estava a desmoronar como um castelo de cartas. O choque ainda era recente, mas
esperara que, de alguma forma, o pai fosse mais forte do que era.
Em seguida, voltaram as duas para falar com Candy e com o pai e disseram-lhes que o
médico era de opinião de que eles deveriam ir para casa descansar. Não ia acontecer nada
com Annie nas próximas horas, esperavam elas. Por conseguinte, Sabrina explicou que
Tammy iria levá-los para casa.
— Então e a festa? — perguntou o pai, parecendo preocupado, pois acabara de lhe
ocorrer essa ideia.
— Eu ligo para as pessoas, pai.
Era uma maneira terrível de dar a notícia aos amigos, mas não havia outra hipótese.
— Eu trouxe a agenda da mãe comigo.
Sabrina mostrou-lhe a agenda que estava na sua mala e os olhos dele voltaram a
encher-se de lágrimas ao mesmo tempo que assentiu com um aceno de cabeça.
— Não sei onde está a lista dos convidados — disse-lhe o pai com a voz embargada e
rouca. Candy olhou para ele com uma expressão como se estivesse drogada.
Candy pesava tão pouco que o Valium deitara-a abaixo. Tomara a mesma dose que o pai,
era quase da mesma altura, mas tinha metade do peso. Sabrina esquecera-se de ajustar a
dosagem, mas sabia que Candy costumava tomar aqueles comprimidos quando estava
transtornada, em especial por causa de rapazes, ou devido a alguma crise numa sessão
fotográfica.
— Também tenho comigo a lista dos convidados, pai — respondeu Sabrina e foi como se
de repente estivesse a falar com um velho. — Não se preocupe com nada. Vá para casa e
trate de descansar. A Tammy vai levá-los a casa.
Sabrina disse a Candy para ir também e os dois seguiram Tammy até ao carro, que nem
crianças dóceis, depois de Sabrina e Tammy se terem abraçado durante um longo
momento, desfazendo-se de novo em soluços. Sabrina disse que telefonava mais tarde
para saber como estavam as coisas.
A primeira coisa que fez quando eles se foram embora foi telefonar a Chris. Ele estava
prestes a sair de casa e perguntou-lhe se ela se esquecera de alguma coisa que fosse
preciso levar. Parecia estar de óptimo humor e ainda não tivera tempo para se aperceber
de que Sabrina estava péssima. Até ao momento não dissera mais nada além de um
"estou", numa voz trémula.
— Preciso que venhas já para cá — disse Sabrina e isso confundiu Chris.
— Ia mesmo a sair. Qual é a pressa? Aconteceu alguma coisa?
Chris não fazia nem ideia do que podia ser, a menos que os cães tivessem devorado toda a
comida para a festa. Beulah, o basset, era bem capaz disso.
— Eu... hã... hã — gaguejou ela com as lágrimas sufocando-lhe a garganta e de repente
toda a calma e a falsa coragem desapareceram e também ela desmoronou.
Não conseguia parar de chorar um instante para poder contar a Chris, que escutava do
outro lado da linha, profundamente preocupado. Nunca ouvira Sabrina a chorar daquela
maneira. Era sempre tão calma e tão controlada! Estava a soluçar sem parar ao telefone.
— Querida... o que se passa?... conta-me... está tudo bem... Eu vou para aí o mais
depressa que puder — disse Chris sem fazer sequer ideia do que estava a passar-se.
— Eu... hã... Chris... foi a minha mãe... e Annie...
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1