53.
Elo perdido
1970
Na manhã seguinte, Tom tinha só mais uma testemunha. Sua última carta.
Ele chamou Tim O’Neal, que havia trinta e oito anos pilotava o próprio barco
de camarão nas águas próximas de Barkley Cove. Com quase sessenta e cinco
anos, alto e corpulento, Tim tinha cabelo castanho com apenas alguns fios
grisalhos, mas uma barba cerrada quase branca. Era conhecido por ser discreto e
sério, honesto e cortês. A última testemunha perfeita.
— Tim, está correto que na madrugada de 29 para 30 de outubro do ano
passado você estava entrando no porto de Barkley Cove com seu barco entre
aproximadamente 1h45 e duas da manhã?
— Sim.
— Dois de seus tripulantes, o Sr. Hal Miller, que depôs neste julgamento, e o
Sr. Allen Hunt, que assinou um depoimento por escrito, alegam ter visto a Srta.
Clark passar pelo porto a bordo do seu barco por volta do horário mencionado.
Está ciente da declaração deles?
— Sim.
— Você viu a mesma embarcação no local e horário que o Sr. Miller e o Sr.
Hunt viram?
— Vi, sim.
— E concorda com as declarações deles de que viram a Srta. Clark a bordo do
seu barco navegando rumo ao norte?
— Não, não concordo.
— Por que não?
— Estava escuro. A lua demorou a aparecer. E aquela embarcação estava
distante demais para ser reconhecida com alguma certeza. Eu conheço todo
mundo por aqui com aquele tipo de barco e já vi a Srta. Clark no dela muitas
vezes, e sempre soube na hora que era ela. Mas naquela noite estava escuro
demais para reconhecer o barco ou quem estava a bordo.
— Obrigado, Tim. Sem mais perguntas.
Eric chegou bem perto do banco das testemunhas.
— Tim, mesmo que você não tenha identificado a embarcação ou quem