Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

E perguntou:
— Quem?
— Dois homens entre os trinta e os quarenta. Maiores do que eu e mais
pequenos do que tu. Provavelmente, não são alemães. Parecem americanos a
andar.
— E como é que os americanos andam?
— Como nós.
— E já lá estão há quanto tempo?
— Não sei bem.
— Maçãs do rosto?
— Não. E também são altos de mais.
— Okay — retorquiu Reacher. — Vamos beber um café.
Continuaram a avançar, ao mesmo ritmo descontraído, e foram ter a uma
pastelaria com uma vitrina repleta de doces, mais uma máquina de café expresso
e quatro mesinhas com duas cadeiras cada. As mesas e as cadeiras eram de metal
e pintadas de prateado. Estavam encostadas às janelas, com uma boa vista da
rua. Neagley sentou-se e Reacher dirigiu-se ao balcão. Pediu dois cafés expresso
duplos e gritou:
— Queres um bolo?
— Pode ser — respondeu Neagley. — Um strudel de maçã.
— Dois — disse Reacher à mulher da caixa registadora.
A velha regra da tropa. Comer quando se pode. A próxima oportunidade pode
ser vários dias depois. A mulher explicou por gestos que Reacher se devia ir
sentar e que ela lhes traria um tabuleiro. Reacher explicou-lhe também por
gestos que queria pagar de imediato. Uma regra dele. Podia acontecer ser preciso
sair de repente e não gostava de não pagar o que era devido a gente simples e
trabalhadora. Recebeu o troco, aproximou-se da mesa e sentou-se, com Neagley
a esticar o pescoço, muito discretamente, e a dizer:
— Eles viram-nos a entrar. E aceleraram o passo. Já os vamos ver daqui a
nada.
Reacher sondou o panorama em redor, à esquerda e à direita. Havia outro

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