ela quis dizer. E eu percebo a lógica. Mais cedo ou mais tarde, o Griezman vai
comunicar a coisa aos serviços secretos. É assim que ele funciona, e a verdade é
que está obrigado a isso. E, portanto, nessa altura, os alemães também vão
querer entrar na dança. O território é deles. E isso já é muita gente ao barulho.
Daqui a nada, vão estar veículos de segurança estacionados em fila dupla à porta
do prédio. E a culpa é minha.
— A não ser que apanhemos o tipo.
— Também lhe disse isso. Mas não lhe resolve o problema. Na melhor ou na
pior das hipóteses, os boches vão ficar sempre a saber da casa segura.
— Acabaríamos sempre por lhes contar. Mais cedo ou mais tarde. No
próximo ano ou no outro a seguir. Esta merda vai passar a ser internacional.
Podes crer. Vamos todos esfalfar o couro a cooperar. Tu só começaste cedo, mais
nada.
— Ela disse que a cena da impressão digital é pior. É um crime federal.
— É a mesma coisa. Se apanharmos o tipo.
— Ou se eu enganar o Griezman. Se me aproveitar do trabalho dele e não lhe
der nada em troca.
— E ela pediu-te para fazer isso?
— Foi uma sugestão minha. Disse ao Griezman que ia verificar a impressão.
Mais nada. Porque escolhi essas palavras ao certo?
— Foi uma coisa subconsciente, para teres mais latitude.
— Não me soa bem.
— E ir para a prisão soar-te-ia melhor?
— O tipo é um detetive de homicídios com uma impressão digital. O que é
que eu devia fazer?
— O que julgaste que estavas a fazer?
— Suponho que estivesse a pensar que lhe diria se não desse em nada e que,
se desse, talvez me pusesse a empatar. Pensei que podia lidar com a coisa
diretamente. Assim, toda a gente sai a ganhar e eu não violo a lei. O que me
agrada, já que gosto dessa lei. Gosto de estar atento se um americano vai ou não
a julgamento em sistemas jurídicos estrangeiros. Por isso, cometi dois erros de
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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