Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

Mais alta do que a média, mas nem por isso mais larga.
O vestido, as pérolas, as meias de nylon, os sapatos.
A cara e o cabelo.
— Presumo que o melhor sítio para se estar à espera seja aqui — disse. —
Presumo que o Griezman lhe vá ligar primeiro.
E também não era parva.
— Tenho de lhe pedir desculpa — retorquiu Reacher. — Cometi dois erros
de cálculo. Não a quis desrespeitar.
— Posso entrar? — perguntou ela.
— Claro.
Reacher afastou-se e Sinclair avançou. Ele cheirou-lhe o perfume. E ela
olhou para o telefone e depois sentou-se na cadeira onde ele tinha estado
sentado.
Disse:
— Não fiquei ofendida. Escolhemo-lo para pôr as coisas a mexer. Não há
aqui nenhum remorso de comprador. Em última análise, é consigo que estou
preocupada.
— E comigo porquê?
— Você tinha razão. Pedimos-lhe para fazer coisas e, se elas correm bem,
reclamamos todos os louros, mas, se correrem mal, está por sua conta e risco. E
isso só pode ser stressante. Como aquela coisa que acabou de fazer na Bósnia.
Não pode ter sido agradável.
— Por acaso, até foi — respondeu Reacher.
— Tecnicamente, foi um duplo homicídio.
— O primeiro tipo era o comandante de um exército étnico ranhoso qualquer.
E o segundo era o número dois. Para que servisse de exemplo, prenderam um
futebolista famoso da outra comunidade. A estrela do franchisado da zona.
Algemaram-no a um radiador e partiram-lhe as pernas com um martelo de forja.
Dedicaram especial atenção aos joelhos e aos tornozelos. Deixaram-no ficar ali
uma hora para contemplar o futuro. A seguir, arrastaram dois colchões para
dentro do quarto. E depois arrastaram-lhe a mulher e a filha para dentro do

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