folha. Gigantesca. Em terreno reaproveitado, depois de as docas se terem
transferido para junto do rio, à procura de mais espaço. Havia milhares e
milhares de moradas diferentes.
— Apartamentos para arrendar, certo? — soltou Reacher.
— Acha que ele vive ali? — retorquiu Griezman.
— Trazia uma garrafa de vinho. É possível que a estivesse a levar para uma
festa, mas o mais provável é que fosse para casa. Tendo em conta a hora tardia.
Reacher olhou para o lado contrário, ou seja, para a direita. E disse:
— Aposto que sei o que ele comprou. Vamos lá descobrir a loja.
A loja era um espaço limpo e bem iluminado, com o que parecia ser uma
ótima seleção de vinhos, tintos, brancos, rosé e espumosos, incluindo uma
prateleira com produtos de menor custo, para gente que não vivia em
urbanizações residenciais novinhas em folha. O funcionário era um velhote
afável, de sessenta e tal anos. Reacher tirou a cópia do retrato-robô de Wiley que
trazia no bolso e o velhote confirmou-o de imediato. O homem do retrato tinha
estado há uns quarenta minutos na loja. Comprara uma garrafa de champanhe
gelado.
— Está a comemorar — afirmou Reacher.
— Com cartão de crédito? — perguntou Griezman.
— Pagou em dinheiro vivo — respondeu o funcionário.
Reacher olhou para uma bolha de plástico no teto, por cima da cabeça do
funcionário. E perguntou:
— Aquilo é uma câmara de segurança?
O funcionário respondeu que era e que estava ligada a um gravador VHS que
se encontrava na sala dos fundos. Griezman sabia mexer naquilo. Mostrava uma
imagem razoável a preto-e-branco, num ângulo descendente, por trás do ombro
do funcionário. Com uma grande abertura. A instalação servia um propósito
duplo. Os clientes eram claramente visíveis, mas o mesmo se aplicava à caixa
registadora. Para o caso de o funcionário andar a surripiar dinheiro.