Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

verificámos.
— Achamos que ele está a usar um nome alemão.
— Isso já seria diferente.
— Possivelmente, escolhido por ele.
— Esse homem ofende-o?
— Anda a trair o país dele. Que também é o meu.
— Ama o seu país, senhor Reacher?
— Major Reacher.
— Talvez isso já responda a minha pergunta.
— Prefiro chamar-lhe antes um respeito saudável, mas cético.
— Não é lá muito patriótico.
— É completamente patriótico. O meu país, certo ou errado. O que não quer
dizer nada, a não ser que admitamos que, às vezes, o nosso país está errado.
Amar um país que estivesse sempre certo seria senso comum e não patriotismo.
— Tenho pena de que o seu país esteja a ter estes problemas — disse
Griezman.
— E você ama o seu país? — retorquiu Reacher.
— É muito cedo para perceber. Ainda foi só há cinquenta anos. Mudámos
mais do que qualquer outro país já mudou. Acho que nos estávamos a safar bem.
Mas as pessoas do leste atrasaram-nos. Economicamente, claro. E politicamente.
Andamos a ver coisas que nunca tínhamos visto.
— Como o bar de onde o Helmut Klopp vos ligou.
— Temos de esperar pelo momento certo. Não os podemos prender por
crimes pensados. Precisamos de crimes concretos.
— Estava um tipo a vigiar o meu hotel. Foi-se embora quando você apareceu
— afirmou Reacher.
— Não era um dos meus — respondeu Griezman.
— Federal?
— Não havia razão. Ainda não comuniquei a visita da doutora Sinclair. Para
já. Ninguém sabe que ela aqui está. Fez o check-in com outro nome.
Reacher ficou calado.

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