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Reacher ficou sentado em silêncio, ao canto da sala do consulado, à espera
de que o telefone tocasse, interrogando-se quem ligaria primeiro, os agentes em
Nova Orleães ou o chefe-adjunto Muller, da divisão de trânsito. Era o mesmo
que esperar pelo vencedor de uma corrida em câmara lenta. Imaginou o romper
do dia no delta, langoroso, e os agentes do FBI a acordar e a tomar o pequeno-
almoço, lentamente, para depois partir. E, por essa altura, o processo talvez
acelerasse um pouco. Presumivelmente, a reunião deles com a mãe de Wiley
seria o primeiro compromisso do dia. Tendo em conta a pressão por parte de
Waterman e de Landry. E, possivelmente, aconteceria logo às oito da manhã,
tendo em conta que um beneficiário da Segurança Social iria querer portar-se
bem com o governo. E, a concorrer com essa cronologia semidescontraída na
Louisiana, encontrava-se a carrinha de distribuição de Wiley, a mais de oito mil
quilómetros de distância, na Alemanha, a deslocar-se talvez a uns cem
quilómetros por hora, aproximando-se de Hanôver, sem entrar na cidade e
deixando-a para trás, continuando a avançar para sul, na direção dos carros não
identificados. Quem chegaria primeiro?
O telefone tocou.
Não era de Nova Orleães nem era o chefe-adjunto Muller.
Era Griezman.
Que disse:
— Estou com um grave problema.
— De que tipo? — retorquiu Reacher.