Escola da Noite

— Está a acontecer alguma coisa no parque de estacionamento do hotel.
Onde a prostituta desapareceu. Ouviram-se tiros e, a seguir, explodiu um carro. E
depois outros dois. O incêndio está controlado porque há extintores automáticos
e espuma no teto. Mas não nos podemos aproximar. Só quando tivermos a
certeza em relação à pistola.
— Acham que o tipo ainda está lá dentro? — perguntou Reacher.
— Vocês não?
— Não gostámos do som. Podem ter posto munições a aquecer para depois
começarem a disparar. Uma espécie de mecanismo de ação retardada. Precisam
de pôr a hipótese de alguém ter programado a coisa para acontecer num
determinado momento. E, nesse caso, o tipo já se sumiu há muito. Está onde
vocês não estão.
— Quem?
— Talvez o Horace Wiley. Ele agora anda com uma agenda apertada. Pode
estar a precisar de um engodo. Deviam pôr metade dos vossos homens outra vez
nas ruas.
— Acha que ele voltou para cá?
— Começo a achar que nunca chegou a sair. É possível que, neste preciso
momento, ande por aí com a carrinha. Devia pôr tipos nas ruas.
— Impossível. É um protocolo governamental. Houve tiros e explosões no
centro da cidade. A decisão não é minha. Passaram um ano a planear tudo. O
gabinete do presidente da câmara é que está a comandar as operações e estamos
a fazer tudo de acordo com as regras.
— E quanto tempo eles pensam ficar à espera antes de avançar?
— Vem a caminho uma equipa com proteções para o corpo inteiro.
Possivelmente, daqui a trinta minutos.
— Okay — retorquiu Reacher. — Boa sorte.
Interrompeu a ligação. Ninguém abriu boca.
E Reacher disse:
— Vou dar uma volta.