Atlanta. Um carro do consulado apanhá-lo-ia de manhã.
— Uma Estrela de Prata, de certeza — afirmou Neagley. — Houve explosões
e tiroteio. Vai chamar-lhe uma zona de guerra.
Foi então que o telefone tocou. Outra vez Griezman. Que disse:
— Não havia ninguém no parque de estacionamento. Só três carros todos
queimados, ainda a fumegar. E buracos de balas por todo o lado. É de loucos.
— Foi uma armadilha — retorquiu Reacher.
— Mas de quem?
— Seria uma grande coincidência se fosse de outra pessoa.
— O gabinete do presidente da câmara é que está a comandar as operações.
E não conhece a história.
— Pode arranjar-me alguns carros não identificados?
— Lamento muito, mas é impossível. Estou à espera de receber instruções. O
que, a este ritmo, é capaz de ser amanhã. Já houve quem dissesse que aquele
canto do parque ficava perto da cozinha do hotel e que, por isso, devíamos
investigar ativistas dos direitos dos animais preocupados com o foie gras ou com
os vitelos criados intensivamente.
— Não me parece que tenham sido eles.
— Nem a mim. Mas está a perceber o que eu quero dizer. Vai ser uma noite
longa. O gabinete do presidente da câmara não sabe mais do que isto.
Doze horas até à abertura dos bancos suíços.
Reacher ficou calado.
E Griezman interrompeu a ligação sem se despedir.
Mais tarde, o expresso de aeroporto de Bishop levou-os novamente para o
hotel. E foram todos para os respetivos quartos. Reacher ouviu a porta de
Neagley a fechar-se. E depois a de Sinclair. Que, passado um minuto, lhe ligou
pelo telefone interno. Para perguntar:
— Quando devemos pedir ajuda?
— Antes de amanhã, não — respondeu ele.