— Quase de certeza. Isto já foi vários anos depois, não se esqueça. E esses
eram os tipos que sabiam realmente do que andavam à procura.
— Então foram essas histórias que o Horace Wiley ouviu quando era miúdo.
O caixote desaparecido. Dez bombas perdidas, tão potentes como a de Hiroxima.
Um tesouro enterrado.
— E porque havia ele de estar a contar encontrá-las quando mais ninguém
conseguiu? — perguntou Sinclair.
— Cada pessoa tem os seus talentos — respondeu Reacher. — Se calhar, o
tio Arnold deu-lhe uma meia pista. Se calhar, ele percebeu qualquer coisa que
mais ninguém percebeu. Se calhar, foi suficientemente esperto.
— Isto parece-me tudo completamente impossível.
— Concordo.
Helmsworth disse:
— Minha senhora, nada era impossível. Era a Guerra Fria. Era uma espécie
de loucura. Uma vez, coseram um microfone e um transmissor ao pescoço de um
gato, com uma antena fina dentro do corpo do animal, da coluna até à cauda. Iam
treiná-lo para se infiltrar no complexo da embaixada russa e apanhar conversas
soltas. No primeiro dia da missão, foi atropelado por um carro. Nada era
impossível e acabava tudo por correr mal, mais cedo ou mais tarde.
E Neagley retorquiu:
— Mas será que importa sequer? Há alguém que saiba os códigos de
ativação? Foram sequer emitidos? E mesmo que tenham sido, tê-los-iam
dividido por duas pessoas. Tratava-se de uma salvaguarda nuclear básica. E, para
dez bombas, estamos a falar de vinte veteranos. Quem, ao certo?
Helmsworth ficou calado.
— Meu general? — insistiu Reacher.
— A coisa ainda é pior — afirmou Helmsworth.
— Mas isso é possível?
— Já viram os filmes sobre o Dia D. Fogo antiaéreo, erros na leitura de
mapas, o vento e o estado do tempo, pântanos e rios, combate terrestre imediato.
As probabilidades de duas pessoas irem parar ao mesmo sítio, ao mesmo tempo,
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1