Em Zurique, a mensageira saiu do banco, por uma porta lustrosa mas
anónima, em direção à rua, onde avançou até à esquina e fez sinal a um táxi para
parar. Instalou-se no banco de trás e disse num alemão cuidadosamente treinado:
— Para o aeroporto, por favor. Partidas internacionais. O voo da Lufthansa
para Hamburgo.
O taxista ligou o taxímetro e juntou-se ao trânsito.
Dremmler tinha conseguido a matrícula da carrinha de aluguer por
intermédio de Muller, o que possibilitou que um amigo que tinha num
concessionário da Mercedes-Benz localizasse o código de segurança por via do
número de identificação de veículo, o que, por seu turno, possibilitou que outro
amigo, de uma loja de peças de automóvel, fizesse um duplicado da chave da
ignição. Que Dremmler entregou a um terceiro amigo, parte de uma equipa de
dois propositadamente reunida. Eram ambos homens grandes, ambos
competentes, ambos expeditos. Tinham estado na tropa. Atualmente, um era
mecânico de motas. E o outro trabalhava como segurança para visitantes russos.
— O polícia da divisão de trânsito que está na ponte é meu — explicou
Dremmler. — Pela parte que lhe toca, vocês são invisíveis. É um autêntico
ceguinho. Mas, mesmo assim, não abusem da sorte. Entrem e saiam o mais
rápido possível. Sabem onde encontrar a coisa e sabem onde a devem levar a
seguir. Alguma questão?
O tipo da chave perguntou:
— O que está lá dentro?
— Uma coisa que nos vai trazer grande poder — respondeu Dremmler, o que
achou ser um pouco vago, mas, provavelmente, verdade.
Deram com um carro da polícia da divisão de trânsito estacionado em frente
à ponte de metal retangular. O homem que se encontrava lá dentro desceu o
vidro da janela e informou-os de que não tinha passado nada por ali, num sentido