— Quando?
— Preciso de um médico, meu. Vou morrer.
— Ai podes ter a certeza — retorquiu Reacher. — Traição dá direito à pena
de morte.
— Dói muito.
— Ainda bem — respondeu Reacher.
A seguir, ouviu um carro. Espreitou pela porta aberta. Eram Griezman e
Sinclair, no Mercedes da polícia.
Sinclair ajoelhou-se junto de Wiley, falando, ouvindo, prometendo um
médico em troca de colaboração, tentando arrancar informações com toda a
pressa do mundo. Neagley olhou para o caixote vazio na carrinha da casa de
móveis. Ao cruzar o olhar com o de Reacher, apontou para o recetáculo do
dossiê secreto. Contraplacado fino, com uma meia-lua escavada para enfiar os
dedos. A parte que o aprendiz tinha feito, onze vezes. A seguir, Reacher voltou
com Griezman para a ponte de ferro, para ver o que o polícia de trânsito tinha
capturado. Uma carrinha de distribuição, presumivelmente. Mas, não. Quando lá
chegaram, o polícia de trânsito jurou que não tinha passado por lá nada.
Carrinhas, carros, pessoas, nada de nada.
Reacher e Griezman regressaram ao armazém. Saíram do carro e não
ouviram um pio. Sinclair e Neagley estavam no meio da escuridão, paradas e em
silêncio. O lago de sangue no chão era agora maior. Mas já não estava a
aumentar.
Wiley tinha-se esvaído em sangue.
Estava morto.
— Não passou nada pela ponte — anunciou Griezman.
Silêncio.
Foi então que Reacher ouviu outro carro.