Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Só há duas possibilidades. A primeira é que roubaram a carrinha de uma
garagem e a esconderam noutra, a uns três quarteirões de distância. Para quê?
Por que razão possível e imaginável? Estarão a planear infiltrarem-se outra vez
aqui à noite para a virem buscar? Será um bluff duplo? Será um bluff triplo? Fica
tudo uma coisa muito esquisita e complexa. Prefiro a segunda possibilidade.
— Que é?
— O polícia da ponte estava a mentir.
— Isso é uma coisa grave para se dizer em voz alta.
— Eles roubaram a carrinha e foram-se embora nela. Com o tipo da ponte a
fazer vista grossa. São coisas que acontecem. Não vale a pena stressar com isso.
É o que implica haver uma cena mafiosa. Estamos a falar de um porto. Tem de
ajustar o seu pensamento.
Griezman não respondeu.
— Faria sentido, tendo em conta o que a mensageira acabou de me dizer —
insistiu Reacher.
— Que não é propriamente uma testemunha fiável.
— Concordo.
— E o que tem a carrinha lá dentro? — perguntou Griezman.
— O que mais detestaria que fosse?
— Uma série de coisas.
— É pior do que qualquer uma delas. Acredite. Por isso mesmo, temos de
questionar tudo. Para podermos perceber onde procurar.
— Bom, suponho que um polícia de trânsito corrupto seja uma possibilidade
teórica — retorquiu Griezman.
— Você conhece aquela gente. Disse-me que tinha de esperar pelo momento
certo. Disse-me que não os podia prender por crimes pensados. Disse-me que
precisava de crimes concretos.
Griezman ficou calado por uns segundos.
E depois disse:
— Falei com o chefe deles hoje de manhã. E, por acaso, até foi ele a última
pessoa a ver o falsificador vivo. Queria saber o novo nome do Wiley. E tinha

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