Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

começar, num sítio que ele nunca tinha visto. Orozco explicou que ninguém
tinha ficado chateado. Disse que Bishop afirmara que, de qualquer forma, já iria
dar essa ordem. O relatório pós-ação refletiria isso mesmo. Mas Orozco também
disse que Bishop lhe tinha agradecido posteriormente, por, no mínimo, lhe ter
poupado tempo. White estava contente. Importava-se com os agentes no terreno.
Vanderbilt estava com um ar mais sorumbático. Disse que a CIA ficara cega em
Hamburgo.
Foi então que Sinclair tomou a palavra. Falara com Ratcliffe e com o
presidente. Tinha sido aberta uma série de canais secretos. A NATO e a União
Europeia estavam em standby. Para algo ainda por especificar. O passo seguinte
era preencher os espaços em branco. Os EUA respirariam fundo e admitiriam
que, quarenta anos antes, tinham perdido o rasto a um caixote com armas
nucleares. E a Alemanha respiraria fundo e admitiria que tinha gangues neonazis
suficientemente poderosos para roubar um caixote dessa natureza. Um passo que
os EUA e a Alemanha não queriam verdadeiramente dar. Partia-se do
pressuposto de que nenhuma dessas admissões fosse inspirar admiração
generalizada. Tomar-se-ia uma decisão final em breve.
— Eles querem que nós lhes tratemos do assunto — afirmou Sinclair. —
Antes que em breve passe a agora.
— E disseram isso com todas as letrinhas? — retorquiu Reacher.
— As pistas foram bastante evidentes.
— Gostava de ter a certeza absoluta.
— Acho que, no fundo, há perguntas a que é melhor responder depois.
— E quanto tempo temos?
— Eles não podem ficar à espera eternamente.
Do outro lado da janela, estava a escurecer. Latitude norte, final da tarde.
— Aquilo dos Sapatos Dremmler é uma coisa muito importante? —
perguntou Reacher.
— Ele gaba-se de um milhão de pares por semana. Cinquenta milhões por
ano. Provavelmente, é treta, mas mesmo assim, de certeza que é um número
grande.

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