Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

no alto, escrito com uma caligrafia bonita, à maneira de um letreiro da Coca-
Cola da velha guarda. Dizia Schuhe Dremmler, que queria dizer Sapatos
Dremmler.
Griezman abrandou e passaram por lá devagar. O sítio parecia um estádio de
tão iluminado. Do outro lado do barracão, ficava o cais. Presumivelmente, os
sapatos saíam dos navios, entravam no barracão pela parte mais longínqua, onde
eram submetidos a uma espécie de sistema de empacotamento, embalamento ou
inventário, e iam parar à berma da estrada, onde se carregavam as carrinhas para
a posterior distribuição. Um milhão de pares por semana. O que implicava
evidentemente um turno da tarde. Mas talvez não um contingente inteiro. O sítio
aparentava estar a funcionar a metade da capacidade. Talvez um pouquinho
mais.
— Tens a certeza de que aquilo está ali dentro? — perguntou Orozco.
— Que parte não percebeste quando eu disse palpite marado? — retorquiu
Reacher.
— Vamos esperar até mais daqui a bocado?
— Eles são capazes de ficar a trabalhar a noite inteira.
— E são capazes de estar lá dentro umas cinquenta pessoas.
— Todas com tarefas para fazer. Podemos estar a cem metros de distância.
Não nos vão prestar atenção. A carrinha é capaz de ter alguns guardas. Mas nós
somos quatro. É trigo limpo.
— Se aquilo estiver lá dentro.
Pararam os carros duas portas à frente e saíram para o húmido ar noturno.
— Os objetos desaparecidos serão facilmente reconhecíveis? — perguntou
Sinclair.
— Nunca vi nenhum — respondeu Reacher. — Mas pelo que o Helmsworth
nos contou, estamos a falar de cilindros de metal com vinte e cinco quilos e
enfiados em mochilas de lona. Podem parecer qualquer coisa.
— E terão alguma coisa escrita?
— De certeza que terão códigos para o número de série e a data de fabrico.
Mas não vai ser como na parte de trás de um carro. Não vão dizer do que se

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