Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

Equipados como se fossem jogadores de futebol americano, com macacões de
alta visibilidade, capacetes e protetores para os ouvidos, mais outros
arredondados a cobrirem-lhes os joelhos e os cotovelos, como os empregados do
aeroporto. A maioria estava atarefada. Havia uns quantos parados a olhar.
Hesitantes. Reacher acenou-lhes. E eles retribuíram-lhe o aceno, voltando-lhe
depois costas. Uma velha lição. Agir como se aquele fosse o nosso lugar. Como
se tivéssemos acabado de comprar metade da empresa. Venham conhecer o novo
patrão.
Reacher deu meia-volta. Hooper tinha parado cinquenta metros à frente.
Estava à espera. Orozco chegou-se ao pé de Reacher. E depois Sinclair. Tiveram
de falar alto, por causa do barulho.
— Se não estiver escondida atrás das caixas, não está aqui, ponto final —
afirmou Orozco.
— Não me digas, Sherlock.
— Um argumento em contrário seria que aquilo são imensas caixas para
estar a empilhar à última hora.
— Acho que são permanentes — retorquiu Neagley. — Acho que o
escritório deve ser lá atrás. Não vejo outra hipótese. Os tipos isolaram-se. Paz,
sossego e lugares para estacionar.
Aproximaram-se mais. O cheiro era fortíssimo. Parecia que estavam a entrar
num grande armazém comercial. A cadeia montanhosa de caixas estava
encostada, com a ponta para a frente, à penúltima das portas de subir,
obstruindo-a por completo. O que queria dizer que precisamente a última porta
de subir servia de caminho de acesso privado ao pessoal do escritório. Tal e qual
como no exército.
Fizeram um desvio até à porta quarenta e sete, para perceber como
funcionava. A boa notícia era que podia ser comandada manualmente. Um botão
para subir e outro para descer. Ambos de plástico, com cores vivas e do tamanho
de um pires. Como os primeiros cogumelos mágicos de uma pessoa. A má
notícia era que se encontravam num painel na parte esquerda da porta. Do lado
mais distante. Que correspondia ao canto de trás do tal espaço requisitado para

Free download pdf