Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

quantos encontrõezinhos. Senta-te no banco do passageiro. Só não faças é aquela
parte de me espetar um tiro na cara. Não é complicado.
Reacher olhou para o outro lado. Continuavam quatro funcionários a
observar.
— Depressa — atirou. — Mas sem ser à maluca. Faz com que pareça uma
coisa normal. A carrinha entrou e agora está a voltar a sair.
Espreitou pelo canto, uma última vez. Com os dois olhos. As janelas, vazias.
A carrinha, à espera. Mais nada. Ninguém.
Entretanto, já estavam seis funcionários a olhar. Tinham avançado um passo,
formando uma espécie de ponta de flecha. O tipo mais próximo encontrava-se a
sessenta metros. Isolado pela distância e pelo barulho, mas a olhar fixamente.
Reacher deu a chave a Neagley.
E disse:
— Força.
Orozco e Hooper voltaram para o Opel azul. Entraram no carro e
deslocaram-no para um ponto onde pudessem ver, de esguelha, a reentrância
escondida, para efeitos de apoio, mas onde não obstruíssem a marcha-atrás de
Neagley. Deixaram-lhe espaço para recuar e pôr-se ao lado deles. Depois, ela iria
arrancar com o volante completamente virado e cortaria mesmo à frente deles,
afastando-se. E eles segui-la-iam bem coladinhos, fazendo uma curva igual.
Neagley verificou o que tinha pela frente, respirou fundo e entrou na
reentrância escondida. Reacher foi atrás. Ela percorreu o lado oculto da carrinha,
até à porta do passageiro. E ele parou ao pé da porta da mala. E observou as
janelas do escritório. Ela experimentou a porta do passageiro. Não estava
trancada. Abriu-a por completo e subiu para o lugar do condutor. E ele esticou-se
todo, pegando na correia e começando a descer a porta de trás muito lentamente.
Estamos a falar de armas de paraquedistas militares. Aguentam uns quantos
encontrõezinhos. Ainda assim. Não queria que se soltassem durante uma
manobra violenta. Não as queria ver a rebolar e aos saltos numa esquina de
Hamburgo.
Deu um puxão na correia e a porta desceu silenciosa, devagar e suavemente,

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