base, encontrava-se um cubículo envidraçado. Que funcionava como um
escritório dentro de outro escritório. Estavam lá dois homens, cada um do seu
lado de uma secretária. Um era o homem que Reacher já tinha visto. Um tipo
grande e competente. E o outro era parecido.
Instalado numa cadeira, à frente da secretária, encontrava-se o décimo Davy
Crockett. Como se fosse uma visita. Como se fosse um suspeito numa esquadra.
Tinha a bolsa de lona aberta e puxada para baixo. O cilindro era verde baço.
Tinha letras em branco. E um painel atarraxado ao topo, com seis botõezinhos de
seta, mais três interruptores basculantes igualmente pequenos.
Atrás da secretária, sentado numa cadeira, estava um homem que Reacher
presumiu ser Dremmler. Tinha ar de patrão de qualquer coisa. Parecia um chefe.
Tinha à volta de quarenta e cinco anos. Um indivíduo imponente. Era loiro, mas
o cabelo estava a adquirir uns tons cinzentos, e tinha uma cara vermelha, a ficar
também cinzenta. Trazia um fato, com uma lapela larga. Um estilo alemão
antigo. Tinha os cotovelos apoiados na secretária. E as pontas dos dedos unidas,
pensativamente. Estava a estudar o dossiê secreto. Ou estivera. Naquele
momento, estava a fitar Reacher. Ou o Colt governamental. Que estava apontado
à cara dele.
«Hände hoch», disse Reacher.
Como num filme antigo a preto-e-branco.
Mãos ao ar.
Dremmler não se mexeu. Os homens que o ladeavam optaram pela versão
própria de um durão, a aguardar pelo momento certo, com as mãos a subirem só
até meio, dedos esticados, num movimento tenso e especulativo. Um cessar-
fogo, mas não uma rendição.
Reacher aproximou-se.
E perguntou:
— Fala inglês?
— Sim — respondeu Dremmler.
— Está preso.
— Com que autoridade?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1