Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

nos filmes que ele via.
Neagley disse:
— Está um belo dia para um passeio.


Um raio de um quilómetro e meio implicava uma área de praticamente cinco
quilómetros, o que correspondia a mais de oitocentos hectares. Deram com o
prédio de apartamentos bem no centro disso e passaram por ele sem olhar,
parando a seguir em esquinas aleatórias, com o seu mapa, como se fossem
turistas. Dos quais havia mais. Não se destacavam.
Desde o primeiro momento, foram acumulando uma possibilidade atrás da
outra, incluindo, só nas cinco ruas iniciais, uma padaria de luxo com duas mesas
douradas, três cafés normais e dois bares.
— Mas o encontro foi ao fim da tarde. O que quer dizer que uma padaria não
dá. As padarias são sítios matinais. Acho que se encontraram num bar —
afirmou Reacher.
— Ou num parque.
— E onde se iria o americano sentir numa posição de domínio? Estamos a
pressupor que se trata de uma negociação. Ele iria querer ter uma vantagem
psicológica. Iria querer estar à vontade, tal como iria querer que o outro estivesse
pouco à vontade.
— Estamos a partir do princípio de que ele é branco?
— As probabilidades dizem isso mesmo.
— Então, num bar de skinheads.
— E há algum num bairro destes?
— Não põem um letreiro cá fora. É uma atitude.
Reacher olhou para a planta, à procura das formas certas, de ruas largas que
se cruzassem, onde o trânsito seria pior e as rendas mais baixas, com ruas
secundárias boas para estacionar. Encontrou um local possível. E, pelo caminho,
podiam passar por dois parques.
— Está um belo dia para um passeio — atirou.

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