Nunca deixa de me espantar.
— E para onde é que eles dizem que eu vou?
— Não sabem ao certo. Mas não é para longe. Em todo o caso, será para ir de
carro. Parece que requisitaram um dos veículos da frota automóvel.
— E quando é que está previsto que eu seja informado?
— Durante o dia de hoje.
— Obrigado — retorquiu Reacher. — É bom saber.
O tipo das três estrelas largou-lhe o cotovelo e Reacher seguiu caminho, em
direção à porta, atravessando-a e entrando num corredor, onde um sargento de
primeira classe parou de repente, escorregando, e lhe fez continência. Estava
sem fôlego, como se tivesse corrido imenso. Talvez vindo de uma parte
longínqua das instalações, onde se fazia o trabalho a sério.
— Meu major, o general Garber envia-lhe cumprimentos e pede-lhe que
passe pelo gabinete dele assim que puder — disse.
— Para onde é que eu vou, soldado? — retorquiu Reacher.
— Dá para ir de carro, meu major — respondeu o outro. — Mas, por estas
bandas, isso pode querer dizer uma data de coisas diferentes.
O gabinete de Garber era no Pentágono, por isso Reacher apanhou boleia de
dois capitães que viviam em Belvoir, mas tinham turnos à tarde no corredor
anelar B. Garber possuía um espaço só para ele, separado por uma parede, dois
corredores mais à frente e dois andares acima, com um sargento de vigia à
entrada, atrás de uma secretária. Sargento esse que se levantou e fez entrar
Reacher, anunciando o nome dele como um mordomo à moda antiga num filme.
A seguir, deu um passo para o lado e fez menção de se retirar, mas Garber
deteve-o, dizendo:
— Sargento, gostava que ficasse.
E o outro assim fez, ficando à vontade, com os pés plantados no linóleo
reluzente.
Uma testemunha.