Kazuhiro disse que a prefeitura pretende convocar o setor privado para construir e
explorar um estacionamento – que ele chama de hub – para os ônibus, que hoje ficam
estacionados na rua. A medida, na sua opinião, permitiria o controle do fluxo turístico
e retiraria os veículos das vias públicas. Há planos também de criação de uma taxa
municipal – uma espécie de selo-pedágio – a ser paga pelos ônibus para entrar na
cidade.
Edson Lopes, guia de turismo em Belo Horizonte há nove anos e dono da empresa
Eddytur, calcula que entre 80 e 100 ônibus partem de Minas Gerais para o Rio nos fins
de semana. “Todo dia aparece alguém que perdeu o emprego e organiza uma excursão
para ganhar uma renda extra”, diz ele, reclamando que o mercado foi invadido por
concorrentes sem registro profissional, que baixaram os preços das passagens. Lopes
tem feito campanha nas redes sociais contra esses ônibus piratas, que estão
prejudicando sua empresa: antes ele fazia três viagens por mês para o Rio e agora tem
feito apenas uma.
Copacabana é o destino mais cobiçado, mas excursões também são feitas para Ipanema
e Recreio dos Bandeirantes. Há pacotes a partir de 130 reais por pessoa (ida e volta)
saindo de Belo Horizonte. Crianças de até 5 anos não pagam, e as de 6 a 9 pagam meia.
As excursões bate-volta são organizadas pelas redes sociais. Agentes de turismo
e outros profissionais contratam ônibus para transportar os passageiros e, uma vez
negociado o frete, anunciam os lugares. O Facebook é a principal vitrine de venda, mas
a comunicação boca a boca também funciona.
Os mineiros eram maioria naquele domingo de dezembro, mas havia grupos de São
Paulo e do interior do estado do Rio na faixa de areia em frente ao Copacabana Palace.
As enfermeiras Tatiane Gomes, Lizandra Alves e Marta Roberta saíram de Piracicaba,
no interior de São Paulo, às 21 horas do sábado. Foi a primeira viagem que fizeram
após meses de trabalho extenuante durante a pandemia. Elas viajaram 564 km para
relaxar, mas se decepcionaram com a poluição e a pobreza no Rio de Janeiro.
“Sinceramente, a praia do Guarujá é mais bonita e bem cuidada”, lamentou Roberta.
Estavam também inconformadas com a taxa de 3 reais para usar o banheiro público e o