Luigi não estava contente. Matava inimigos, assim, para ver se por acaso
matava também Alberto ou algum parente dele. Davam-lhe uma medalha por
cada inimigo que matava, mas ele não estava contente. — Se eu não matar
Alberto — pensava —, terei matado muita gente à toa. — E sentia remorso.
Enquanto isso, recebia uma medalha atrás da outra, de todos os metais.
Luigi pensava: — Mate hoje, mate amanhã, os inimigos diminuirão e
também chegará a vez daquele patife.
Mas os inimigos se renderam antes que Luigi tivesse encontrado Alberto.
Sentiu remorso de ter matado tanta gente à toa, e, quando chegou a paz, ele pôs
todas as medalhas num saco e vagou pela terra dos inimigos para oferecê-las
aos filhos e às mulheres dos mortos.
Acontece que, vagando, encontrou Alberto.
— Muito bem — disse —, antes tarde do que nunca. — E o matou.
Foi então que o prenderam, processaram-no por homicídio e o enforcaram.
Durante o processo ele não se cansava de repetir que tinha feito aquilo para
ficar em paz com a sua consciência, mas ninguém quis ouvi-lo.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1