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o longo dos anos, o acaso tem desafiado a ciên-
cia. Recentemente, pesquisadores da Universi-
dade Johns Hopkins e da Escola de Saúde Públi-
ca Bloomberg, nos Estados Unidos, fizeram uma
afirmação polêmica. Claro, há fatores ambientais a serem
levados em conta, hábitos de risco, influência da alimenta-
ção e do sedentarismo e aspectos genéticos e biológicos.
Mas, segundo os cientistas, a ocorrência da maior parte dos
tipos de câncer pode ser atribuída, pelo menos em parte, à
“má sorte”. Em um artigo publicado no periódico científico
Science, estudiosos afirmaram acreditar que a explicação
para esse fator aleatório está na maneira como os tecidos
do corpo se regeneram.
A pesquisa revela que dois terços de todos os tipos de
câncer analisados são originados por mutações genéticas
e a explicação para essa alteração pode estar na manei-
ra como as células se regeneram. O estudo que levou a
essa conclusão tem o objetivo de
explicar a razão de alguns tecidos
do corpo serem mais vulneráveis
ao câncer do que outros.
Células mais antigas e desgas-
tadas são constantemente substi-
tuídas por células-tronco, que se
dividem para formar novas estru-
turas celulares. Mas em cada divi-
são há o risco de que ocorra uma
mutação anômala, que aumenta
o perigo de aparecer um câncer.
O ritmo dessa renovação varia de
corpo
A análise da incidência
média de câncer
em vários tecidos
orgânicos mostrou
que em dois terços
das situações a
doença seria causada
pelo “acaso”, já que
as células-tronco
sofriam mutações
imprevisíveis
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