A
pesar de mais de um século de pesquisas inin-
terruptas, a dificuldade em estabelecer ligação
entre a biologia e o comportamento em huma-
nos é ainda grande. Sofisticados exames de ima-
gem mostram atividade em locais específicos do cérebro,
É o caso de quando nos sentimos rejeitados ou falamos
um idioma estrangeiro, por exemplo, e essas constatações
podem dar a impressão de que a tecnologia atual fornece
percepções essenciais sobre o funcionamento do cérebro,
mas não é bem assim.
Um exemplo notável desse descompasso é um estudo
muito divulgado, que identifica uma célula do cérebro em
particular capaz de disparar um impulso elétrico em respos-
ta ao rosto da atriz Jennifer Aniston. No entanto, pesquisa-
dores ainda são completamente ignorantes a respeito de
como a atividade elé-
trica pulsante desse
neurônio influencia
nossa capacidade de
reconhecer o rosto
de Aniston e depois
relacioná-lo a uma
cena da comédia Mistério no Mediterrâneo, em cartaz na
Netflix. Para que seu cérebro reconheça a atriz, provavel-
mente é necessária a ativação de um conjunto enorme de
neurônios, todos se comunicando por um código neural que
ainda não foi decifrado.
O “neurônio de Jennifer Aniston” também exemplifica a
encruzilhada que a neurociência atingiu. Já temos técnicas
para registrar a atividade de neurônios individuais em hu-
manos vivos, mas, para avançar de forma significativa, a área
precisa de novas tecnologias que permitirão a cientistas
especial
Já temos técnicas para registrar a
atividade de neurônios individuais
em humanos vivos, mas, para
avançar de forma significativa, a
área precisa de novas tecnologias
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