Banco Central do Brasil
Jornal Correio Braziliense/Nacional - Mundo
Wednesday, March 2, 2022
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
pressões no câmbio e muita oscilação na Bolsa de
Valores, devido às eleições presidenciais de outubro, e
com a perspectiva de alta dos juros nos países
desenvolvidos. Agora, com a guerra na Ucrânia e Putin
anunciando que pode acionar as armas nucleares, a
tensão aumentou, o que será ruim para os mercados
emergentes, que verão o dólar subir com os preços das
commodities.
'Antes, essa possibilidade não era considerada e, a
partir de agora, haverá uma inversão massiva do fluxo
de capitais, deixando as economias emergentes em
direção a mercados mais seguros. O Brasil pode até
continuar tendo momentos de exceção positiva, mas
com limitadores de alta', alertou Cruz. Segundo ele, os
brasileiros vão sentir no bolso o impacto dessa incerteza
maior nos mercados, porque a inflação continuará
generalizada.
'A dona Maria e o seu João vão sentir o pãozinho mais
caro nos próximos meses, porque o trigo está subindo
direto e o petróleo, que é a base de quase tudo que é
transportado no país, também', alertou o economista.
No entender dele, diante da nova escalada dos preços,
o Banco Central seguirá elevando a taxa básica de
juros (Selic), atualmente, em 10, 75% ao ano, até 12,
25%. 'A tendência é de pressão na inflação, e o BC não
vai conseguir cortar os juros neste ano. A Selic ficará
alta por mais tempo', afirmou.
Newton Rosa, economista chefe da SulAmérica
Investimentos, disse que, diante dessa guerra, o barril
do petróleo poderá romper a barreira dos US$ 130.
Neste ano, a alta do barril já passa de 30%.
Enquanto o presidente russo Vladimir Putin ignora os
alertas da União Europeia e dos Estados Unidos, as
sanções à Rússia partem em escalada e grandes
corporações anunciam a debandada do solo russo ou
interrupção de negócios. O número de empresas não
para de crescer como medida de retaliação ao governo
de Putin.
Ontem, a Apple interrompeu a venda de produtos na
Rússia. A britânica British Petroleum (BP), dona da
Shell, e a japonesa Toyota anunciaram a saída do país.
A francesa Renault suspendeu as operações em solo
russo. A alemã Adidas acabou com sua parceria com a
Federação Russa de Futebol (RFS) 'com efeito
imediato'.
Segundo a Apple, a interrupção de todas as vendas de
produtos na Rússia foi uma resposta à invasão da
Ucrânia. 'Estamos profundamente preocupados com a
invasão russa da Ucrânia e estamos com todas as
pessoas que estão sofrendo como resultado da
violência', informou, em nota.
A companhia destacou ainda que está apoiando os
esforços humanitários, 'fornecendo ajuda para a crise de
refugiados e fazendo todo o possível para apoiar nossas
equipes na região', de acordo com a CNN. As mídias
estatais russas RT News e Sputnik News não estão
mais disponíveis para download na Apple Store fora da
Rússia.
As bandeiras norte-americanas de cartões Visa e
Mastercard bloquearam as instituições financeiras
russas após sanções de sua rede, cumprindo as
determinações dos Estados Unidos impostas a Moscou.
As duas empresas prometeram contribuir com US$ 2
milhões para ajuda humanitária à Ucrânia.
A Visa informou que está tomando medidas imediatas
para garantir o cumprimento das sanções aplicáveis. A
Mastercard informou que continuará a trabalhar com os
reguladores nos próximos dias 'para cumprir totalmente
as obrigações de conformidade à medida que evoluem'.
A União das Associações Europeias de Futebol (Uefa),
por sua vez, rescindiu contrato com o gigante russo do
setor energético Gazprom, estimado em 40 milhões de
euros. O patrocínio cobria a Liga dos Campeões,
competições internacionais organizadas pela Uefa e a
Euro-2024.
Reservas congeladas
No sábado, Estados Unidos, Grã-Bretanha, União
Europeia e Canadá anunciaram novas sanções à
Rússia - incluindo o bloqueio do acesso de certos