Clipping Jornais - Banco Central (2022-03-02)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Política
Wednesday, March 2, 2022
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

Desde o segundo turno de 2018, Janones evita se
posicionar entre o PT e Bolsonaro. "Não se constrói um
país com divisões ideológicas diante de problemas
reais. Estamos todos no mesmo barco e não podemos
afundar!", tuitou ao ser lançado para a Presidência.


O político procura transitar entre a esquerda e a direita,
sem se definir em nenhum campo. Em 2018, afirma ter
votado em Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro.


Promete dar comida e emprego e defende o pagamento
de renda mínima, mas critica Lula e os escândalos do
PT. Fala em combater a corrupção, em mudar o sistema
e acabar com os privilégios da classe política e do
Judiciário, mas tampouco poupa Bolsonaro.


"Nada do que está acontecendo é 'surpreendente' ou
'inesperado', lembrem-se sempre de que todos os sinais
foram dados. Teve homenagem a torturador, teve fala
racista, teve de tudo e, ao contrário do que se esperava
não resultou em cadeia e sim em Presidência", tuitou no
último dia 9.


Janones afirma ainda que ser antissistema não significa
ser antidemocrático, embora tenha flertado com o
autoritarismo de caminhoneiros da greve em 2018. Foi
por se tornar um dos porta-vozes do movimento,
gravando lives na beira da estrada, que o então
advogado catapultou suas redes e foi eleito.


O deputado se justifica afirmando que, naquela época, a
manifestação saiu do controle dos caminhoneiros que
protestavam pela situação econômica e descambou no
golpismo. Janones diz ser um democrata, que abomina
a ditadura e respeita as instituições, além de ter votado
contra o voto impresso.


"Para mim, ser antissistema é ser contra o sistema
vigente que deu resultados desastrosos, em que cada
vez os ricos ficam mais ricos e os pobres, mais pobres.
Isso não é nada democrático, é preciso mexer nas
estruturas de distribuição de renda. Pegar essas
pessoas que estão excluídas do debate político e
ampliar a democracia, para que mais pessoas sejam
ouvidas", afirma à reportagem.


Ainda no esforço de se diferenciar de Bolsonaro e não
ser tachado de aventureiro, Janones afirma que é
possível fazer a comunicação direta com a população, a
única parte boa que ele vê no presidente, e ser um
estadista ao mesmo tempo.

"Se comunicar diretamente com seu eleitor, prestar
contas, não obriga que você brigue com a imprensa,
fuja de debates. Na verdade, Bolsonaro se escondeu
atrás das redes sociais para camuflar sua
incompetência", diz.

"Eu nunca divulguei fake news, então estou tentando
limpar o que Bolsonaro fez. O grande problema das
redes é a falta de credibilidade", segue Janones, que
tem como público-alvo "a base da pirâmide", como ele
diz e da qual fez parte.

Filho de uma empregada doméstica e de um cadeirante,
Janones foi cobrador de ônibus em Ituiutaba, sua cidade
no Triângulo Mineiro. Dormia cerca de quatro horas
para conciliar trabalho e a formação no direito.

Evangélico e frequentador da Igreja Batista da
Lagoinha, Janones diz que "fé é algo pessoal que não
se comunica com a vida política". "Sou absolutamente
contra essa mistura que o atual presidente tem feito. Eu
sempre faço questão de separar a pessoa André
Janones do deputado."

Janones começou a ter notoriedade na sua região ao
atuar de forma gratuita em ações contra o SUS e usar
as redes para fazer pressão política. As lives em estilo
informal são sua marca até hoje.

Depois de eleito, ele identifica quatro episódios que o
alavancaram nas redes -o enfrentamento ao então
presidente da Vale na CPI de Brumadinho; os discursos
contra a reforma da Previdência; seu processo no
Conselho de Ética da Câmara e sua campanha pelo
auxílio de R$ 600, com lives que chegaram a 20 milhões
de visualizações.

O Índice de Popularidade Digital, medido pela
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