- Aqui você não pode usar celular – ele disse, visivelmente irritado. – Vou ter que
pedir que desligue.
Eva não lhe deu atenção. - Não, eu só queria dar os pêsames e...
- Você não é a Monika. Para qual veículo você trabalha? Para aquele tabloide, o
Ekstra Bladet? Não quero falar com você. - Mas escute...
- Passe bem. – Desligou.
- É proibido conversar ao telefone aqui na biblioteca.
- OK – concordou Eva, sorrindo inocentemente para o bibliotecário. – É claro.
O outro se afastou. Eva tornou a recordar o desenho, com o cabelo ruivo, o
sangue, a faca. Depois recordou a foto de Christian Brix. “Que estranho”, pensou.
“Um homem que, para a internet, mal existia.” Procurou no site das Páginas
Amarelas. Achou um endereço de Christian e Merete Brix. A mulher dele? “Os
crimes do colarinho branco costumam ter a ver com a compra e venda de imóveis”,
tinha gritado na faculdade aquele experiente repórter de meia-idade. Jogou o
endereço no Google. Apareceu de imediato a cadeia de agências imobiliárias Home.
A casa de Christian Brix, em Copenhague, estava à venda. Deu uma olhada nas
fotos de uma casa recém-reformada no distrito de Kartoffelrækkerne. Clicou em
“Ampliar imagens”. Estudou a cozinha e o refrigerador duas-portas com máquina
de gelo. A decoração da sala era minimalista, quase não havia nada nas paredes, só
um quadro antigo, um retrato, aparentemente de Mozart.
Eva se voltou. Olhou para o bibliotecário e sorriu para ele. - Dá para imprimir aqui na biblioteca?
- Hoje não é um dia bom. Estou sozinho, e a impressora fica no andar de cima.
- Preciso muito imprimir uma coisa.
- Mas...
- Por favor. Pagarei com prazer. Dez coroas a página – disse Eva. Estava
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1