decidido, ou assim pareceu a ela, como alguém que sabia aonde ia. Abriu a primeira
porta que encontrou.
- Ei!
Eva se voltou. O policial tinha saído da gaiola. - Você vai chegar antes se atravessar o pátio e depois subir pela escada da
esquerda.
“O trabalho na Chefatura de Polícia é muito sossegado”, pensou Eva enquanto
seguia pelos corredores abobadados e dava uma olhada no interior de alguns
escritórios, onde havia homens calados e sérios, inclinados sobre os computadores;
um deles falava ao telefone. Por um instante, Eva pensou no Pomar das Macieiras.
Chegaria atrasada. O que alegaria? Pôs as preocupações de lado e se dirigiu a um
rapaz que, naquele momento, saía de um dos escritórios.
- Com licença...
O jovem ergueu os olhos. - Acho que me perdi. Jens Juncker fica onde?
- A sala no fim do corredor.
- Obrigada.
Mais que corredor, aquilo era, arquitetonicamente, uma nave. Eva sentiu-se
pequena, como se estivesse num templo ou igreja. Reinava a mesma atmosfera
sombria. Parou em frente à sala de Juncker. Ele estava com uma senhora de certa
idade; a secretária, talvez? Eva resolveu esperar. Seria melhor que o surpreendesse
quando saísse. Também isso tinha sido algo que aquele professor tão bravo ensinou
na faculdade? Quem dera conseguisse lembrar o nome dele! Eva só recordava que
tinha chegado atrasada a várias aulas suas e que ele, todas essas vezes, tinha
levantado a cabeça e feito tsc, tsc. Em algumas ocasiões, tinha dito algo do tipo “Eis
uma aluna que chega atrasada às únicas aulas importantes que vai ter na faculdade