- Tem o número?
- Tenho.
- Já tentou ligar para lá?
- Antes eu queria conversar com você.
- Qual é o número?
Trane consultou as anotações. Marcus acionou o viva-voz e digitou o número que
Trane leu para ele. Olharam um para o outro quando o telefone deu linha. - Jacobsen – atendeu uma voz.
Marcus pegou o fone. - Por favor, quem fala?
- Você primeiro – disse.
Um momento de silêncio, e Marcus desligou. - Jacobsen? – disse, para que Trane pudesse ouvir tanto a pergunta como a
ordem subentendida de que averiguasse quem era aquele tal de Jacobsen. Trane
demorou doze segundos para achar a resposta. Marcus cronometrou em seu velho
relógio de mergulhador. - Jacobsen, Rico – disse Trane, e continuou: – Prêmio Cavling pelo trabalho
sobre crimes de gangues. Endereço mantido em segredo. Atentaram contra a vida
dele. Os motoqueiros...
Marcus aproximou a cadeira. - Tem foto?
Trane virou a tela para o outro lado. Na foto, Rico Jacobsen estava sorridente. No
dia anterior, ao abraçar Eva em frente à Estação Nørreport, não estava sorrindo.
“Há algo de esquisito nesse abraço”, tinha pensado ao ver de longe os dois jovens. - David já chegou?
- Não. Quer que a gente ligue para ele?
- Eu mesmo faço isso. Bom trabalho, Trane. Comece por aí.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1